Caro munícipe, Cara munícipe,

Comemorar hoje o 25 de Abril não é um exercício de nostalgia, nem um rastilho de memórias para quem o não viveu; é afirmar que a esperança que fez nascer em todos os portugueses e que tem sido destruída por mais de trinta anos de governação desastrosa, posta em prática pelos partidos do que alguns designam como o “arco governativo”, está mais forte, nasce mais forte em cada 25 de Abril. Continua a inundar as ruas da fraternidade. Continua a tornar o ar mais leve e puro no vermelho dos cravos. Continua a dar mais força para ultrapassar as barreiras que o querem ocultar ou atirar para as prateleiras da história.

Num momento particularmente sensível da vida nacional, quando se afirmam novas e reforçadas ameaças a direitos arduamente conquistados, é tempo de nos reerguermos e de mostrar que existem outros caminhos para uma vida melhor.

A Câmara Municipal de Setúbal está a investir 15 milhões de euros na requalificação e construção de espaços culturais no concelho.

Não chega, dirão alguns dos nossos agentes culturais, também apostados na definição de estratégias de intervenção e criação cultural.

Estamos de acordo.

Concordamos que este será sempre um trabalho inacabado e, por isso, estamos plenamente abertos a relançar discussões e debates que já iniciámos sobre estas questões.

Não podemos, contudo, deixar de realçar que estes 15 milhões de euros de investimento estruturante na requalificação do Cinema Charlot – Auditório Municipal, no Fórum Luísa Todi, na nova Casa da Cultura (um equipamento com um modelo de gestão partilhado com vários agentes culturais do concelho), na Casa da Baía, na aquisição do Quartel do Onze para a instalação de uma escola de hotelaria, dotada de galeria de exposições, são um passo imprescindível para qualquer discussão que venhamos a ter sobre as opções culturais da Autarquia. Um passo de gigante, acrescento, que já vem tarde porque outros não o quiseram dar, mas que tinha de ser, obrigatoriamente, dado.

Assumimos o risco de avançar, quase em simultâneo, para obras nas principais salas da cidade e sabemos que, assim, muito penalizámos todos os que faziam destes espaços os seus locais de eleição para a fruição cultural. Prejudicámos o presente para ter um futuro melhor.

Com as obras do Charlot praticamente terminadas, as obras do Fórum Luísa Todi em processo de adjudicação, a Casa da Baía quase concluída e a Casa da Cultura com abertura prevista até ao fim deste ano, podemos dizer que o ano de 2012 constituirá um marco na criação de condições para o desenvolvimento da produção e criação cultural no concelho de Setúbal.

Não temos dúvidas disso.

Maria das Dores Meira
Presidente da Câmara Municipal de Setúbal