Presidente da Câmara, André Martins, na abertura da III Conferência Internacional Riscos, Segurança e Cidadania

A importância da partilha de conhecimento para o estabelecimento de estratégias de segurança no setor do turismo foi destacada na manhã de 17 de abril pelo presidente da Câmara Municipal, André Martins, na abertura da III Conferência Internacional Riscos, Segurança e Cidadania.


O encontro, a decorrer nos dias 17 e 18 no Fórum Municipal Luísa Todi, reúne a comunidade técnica, profissional e científica para debater e refletir sobre matérias na esfera da proteção civil que marcam a dinâmica funcional das sociedades contemporâneas, em que se enquadra o tema desta edição “Turismo e Segurança”.

“Quisemos oferecer um evento multidisciplinar com o objetivo de partilha de conhecimento com vista à redução do risco e ao estabelecimento de estratégias de segurança no cada vez mais relevante contexto da indústria do turismo”, salientou André Martins sobre o objetivo do evento organizado pela Plataforma de Setúbal, da qual faz parte a Câmara Municipal, entre outras entidades.

O autarca apontou que Setúbal é uma cidade que, “ao longo dos últimos anos, desenvolveu uma grande apetência para o turismo”, logo o município “não pode ficar alheio” às questões relacionadas com este crescimento.

“Importa encontrar respostas eficientes que reforcem as comunidades, bem como o conjunto de atividades económicas e sociais que se desenvolvem nos territórios.”

André Martins frisou que a nova realidade global é caracterizada pela “necessidade da existência de sociedades interconectadas e em rede”, nas quais as questões de segurança não podem ser trabalhadas apenas no contexto da administração central.

Tendo em conta a proximidade, “os órgãos de poder municipal possuem o necessário potencial para serem agentes promotores de sinergias e saberes para a edificação da segurança face ao risco”.

É nesta perspetiva que a temática da III Conferência Internacional Riscos, Segurança e Cidadania “é de particular relevância” enquanto “recurso para a projeção e o desenvolvimento do país, em geral, e do município de Setúbal em particular”.

O autarca acredita que o programa da iniciativa e “a qualidade dos oradores” constituem uma “garantia de que este evento produzirá um conjunto de reflexões de referência para serem acolhidas no desenho de políticas, potenciadoras do desenvolvimento do turismo em segurança”.

A sessão de abertura da terceira edição da Conferência Internacional Riscos, Segurança e Cidadania contou, igualmente, com a intervenção de Nuno Maia, em representação da Associação Industrial da Península de Setúbal, que sublinhou o facto de o concelho sadino “não registar, felizmente, acidentes graves nas últimas décadas”, apesar de ter uma grande atividade industrial.

“As coisas correm bem, mas não quer dizer que não estejamos atentos. A segurança é uma preocupação muito grande das empresas industriais e toda a reflexão que se passa é bem-vinda.”

Também o vice-presidente do Instituto Politécnico de Setúbal, Pedro Ferreira, destacou a importância da conferência como contributo para a reflexão sobre “assuntos essenciais para a comunidade, sobretudo num período pós-pandemia”.

Após a sessão de abertura e um apontamento musical com os Paganinus, do Conservatório Regional de Setúbal, a diretora regional do Departamento Europeu da Organização de Turismo Mundial das Nações Unidas, Alessandra Priante, falou sobre “Desafios Societais para o Futuro do Turismo”.

A especialista alertou para “os efeitos positivos, mas também negativos, causados pelo desenvolvimento do turismo ao longo dos anos”, designadamente a nível social e cultural.

Despovoamento, perda de culturas tradicionais, mercantilização de tradições locais, dependência económica, segurança, acessibilidade e “turismo em excesso” são questões que, de acordo com Alessandra Priante, se colocam à medida que o turismo se desenvolve.

Neste contexto, as Nações Unidas desenvolvem um conjunto de estratégias, “fomentando o trabalho em parceria como elemento-chave na minimização dos impactes do crescimento turístico”.

A preservação do património, cultura e costumes locais e ações para o fomento do turismo acessível estão entre as principais preocupações das Nações Unidas.

Quanto à questão do “turismo em excesso”, Alessandra Priante faz questão de sublinhar que não concorda que esta consequência que é “apontada por muitos especialistas” seja uma realidade.

“Não há turismo excessivo, há sim má gestão no turismo. Por isso é necessário desenvolver estratégias com planeamento ê sustentabilidade”, conclui.

No período da manhã, o encontro contou igualmente com intervenções de Vivian Gravenberch, em representação do Fórum Europeu de Segurança Urbana, que abordou a temática “Linking Urban Security and Tourism – The Experience of EFUS”, e de Lea Thin, da editora freelance Tourism Watch, que refletiu sobre “O Nexo entre o Desenvolvimento e Turismo”.

Na parte da tarde, o encontro reservou a alocução “Renaturalização e o Turismo de Sustentabilidade” apresentado por Pedro Prata, team leader da Associação Rewilding Iberia PT, seguida de “Sustentabilidade e Turismo”, por Jorge Umbelino, da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril.

Já Ricardo Oliveira, adjunto do presidente da Câmara Municipal de Setúbal, apresentou a “Estratégia Turística do Município de Setúbal e o Case Study do programa Arrábida Sem Carros”.

O primeiro dia inclui ainda, às 16h45, a mesa-redonda “Os Recursos Humanos no Setor do Turismo”, com Carlos Moura, presidente da AHRESP, Sara Pimpão, do Grupo Eurofirms, Lurdes Calisto, da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, e Luís Trindade, do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul.

Amanhã, o encontro é retomado às 09h00 com “Turismo e Segurança nas Ilhas Baleares”, a cargo de Pablo Gárriz Galván, presidente da Asociación Española de Lucha contra el Fuego, enquanto às 09h30 é apresentado “The Case of Supercar Renters in Maranello”, pela presidente da autarquia de Maranello, Mariaelena Mililli.

Seguem-se “Reframing police job through the youth perception”, às 10h00, por Stanislavs Seiko, chefe-especialista do Planeamento Estratégico da Polícia Municipal de Riga, e “Identificação e Caraterização de Riscos Geopolíticos para o Setor do Turismo em Portugal”, às 11h00, por Sandra Balão, do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.

A conferência conta ainda com as apresentações “A Contribuição da Proteção Civil para a Atividade Turística”, às 11h30, por Duarte Costa, presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, e “Tendências Atuais em Cibersegurança e Turismo”, às 14h00, por Nelson Escórcio, coordenador do Departamento de Desenvolvimento e Inovação do Gabinete Nacional de Segurança.

Seguem-se, às 14h30, “Sustentabilidade, Saúde e Bem-Estar em Instalações Turísticas”, por Susana Lucas, do Instituto Politécnico de Setúbal, e, às 1500, “Perspetivas Nacionais de Investimento no Turismo e Segurança”, pelo presidente da Comissão Nacional para o Plano de Recuperação e Resiliência, Pedro Dominguinhos.

O encontro termina com a atribuição de um prémio ao melhor resumo apresentado.

 

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