O anteprojeto do futuro Parque Urbano da Várzea, equipamento inovador que alia as funções de lazer e de prevenção de cheias na cidade, foi apresentado publicamente em sessão realizada no dia 23, no Fórum Municipal Luísa Todi.


Um lago artificial, uma quinta pedagógica, campos desportivos e de aventura, parques infantis, miradouros, quiosques, jardins e áreas de recreio são alguns dos 17 equipamentos e usos distintos preconizados para os 19 hectares do futuro Parque Urbano da Várzea, considerado “O Coração de Setúbal”.

O futuro parque urbano propõe um conjunto de soluções contemporâneas de usufruto público, com percursos pedonais que atravessam áreas verdes em formato de bosquetes, e recupera memórias de uma antiga ocupação agrícola, com um extenso laranjal.

O investimento estimado de 4,5 milhões de euros, para o qual a Câmara Municipal de Setúbal procura apoio de fundos comunitários, contempla ainda a criação de mais bolsas de estacionamento automóvel e a expansão da Avenida de Moçambique, que passa a estar ligada à Avenida dos Ciprestes.

“Estas são as ideias gerais deste projeto, um parque da cidade, para o futuro, com uma forte componente de inovação”, destacou a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, sobre o projeto elaborado pelos serviços municipais, com arranque previsto para o primeiro trimestre de 2020, quanto à vertente de lazer.

A autarca adiantou que este “é apenas um anteprojeto do futuro Parque Urbano da Várzea, com um conjunto de equipamentos e usos pensados, que podem não ser definitivos”, ainda sem especificidades “que permitam a dinamização de um debate mais alargado para a recolha de contributos”.

O desenho do parque inclui acessos e caminhos, eixos pedonais integrados na estrutura urbana da cidade, áreas temática e equipamentos mobilizadores de vários públicos e uma forte componente de consciencialização ambiental direcionadas para a sustentabilidade e a energia.

No Parque Urbano da Várzea está ainda prevista a criação do “Jardim das Geminações”, um espaço a ser criado nas proximidades da rotunda dos vasos instalada na Avenida da Europa. “Vai ter espécimes das várias cidades com as quais Setúbal é geminada”, revelou Maria das Dores Meira.

No âmbito deste projeto está igualmente prevista a requalificação da Rua Engenheiro Henrique Cabeçadas, o que inclui a possível relocalização da entrada da Escola Básica Barbosa du Bocage para esta via, que ganha uma bolsa de estacionamento para cerca de três centenas de automóveis.

Na vertente paisagista, o projeto aposta em três áreas essenciais, concretamente linhas de água, zonas naturalizadas e um sistema de circulação de água, este último através do dimensionamento e da reutilização de águas pluviais em espelhos e jogos de água recreacionais.

Já as linhas de água constituem um elemento estruturante e focalizador da paisagem, de riqueza, de diversidade paisagística e de valorização cénica, constituindo redes que interligam espaços diversificados e que potenciam a própria sustentabilidade do parque urbano.

As zonas naturalizadas são criadas através da instalação de uma galeria ripícola ao longo das linhas de água e de espécimes autóctones nos taludes intervencionados. Neste caso, o objetivo passa por interligar os espaços urbanos e rurais e, em simultâneo, criar áreas de lazer e acessíveis a todos.

A requalificação da zona da Várzea, na qual se enquadra o parque urbano, inclui uma obra estruturante a nível de engenharia hidráulica atualmente em curso, com ações de alteração topográfica para descida das cotas de terreno e a criação de uma bacia de retenção pluvial, para mais capacidade de armazenamento de água.

O grande desafio na criação do futuro Parque Urbano da Várzea, um equipamento de referência nacional e internacional, está relacionado com a “adaptação e transformação deste projeto de engenharia hidráulica”, explicou Nuno Viterbo, do Gabinete de Gestão, Requalificação e Imagem Urbana.

O objetivo, apontou o técnico municipal, “é ter um equipamento de usufruto público e disponível durante cerca de dez meses durante o ano e que sirva, se necessário, para funcionar como uma enorme bacia de retenção de água aquando dos períodos críticos de pluviosidade”.

Nuno Viterbo acrescentou que o projeto hidráulico é concretizado em harmonia com o futuro Parque Urbano da Várzea e que terá um “efeito de alguidar”. “Queremos um parque com um alguidar lá dentro e não um alguidar com um parque lá dentro.”

Esta primeira fase de beneficiação do território da Várzea, essencialmente relacionada com a prevenção de cheias na cidade, já a cumprir parcialmente o seu objetivo, tem conclusão prevista para o segundo semestre do próximo ano. Inclui, no imediato, a plantação de cerca de sete centenas de árvores e de 30 mil arbustos previstas no desenho do futuro parque.

Parque Urbano da Várzea – anteprojeto
(imagens meramente exemplificativas das valências previstas)