“Gestão do Risco e Alterações Climáticas” são temas em reflexão, a 28 e 29 de março, em Setúbal, na II Conferência Internacional Riscos, Segurança e Cidadania, evento que se assume como uma referência em matéria de proteção civil.
“Esta é uma conferência que cada vez mais se afirma a nível internacional, com o patrocínio de reconhecidas entidades que se fazem representar em Setúbal”, destacou o vereador da Proteção Civil na Câmara Municipal de Setúbal, Carlos Rabaçal, a 20 de fevereiro, na Casa da Baía, na apresentação do evento.
A Conferência Internacional Riscos, Segurança e Cidadania, organizada pela autarquia, pelo Centro de Estudos e Intervenção em Proteção Civil, pelo Instituto de Geografia e Ordenamento do Território e pelo Instituto Politécnico de Setúbal, é, nesta edição, subordinada à temática “Gestão do Risco e Alterações Climáticas”.
Para o autarca, estas são “matérias que estão cada vez mais na ordem do dia”, motivo pelo qual se torna “determinante o conhecimento sobre o atual grau de incerteza dos riscos nas perspetivas de causas naturais, antropogénicas e sistémicas”, nas vertentes económica, ambiental, geopolítica, social e tecnológica.
O encontro, com um total de 23 oradores internacionais e oito nacionais, já com perto de três centenas de inscrições, conta com diversas sessões temáticas a realizar no Fórum Municipal Luísa Todi e nos auditórios do Inatel, da Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal e da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra.
A conferência internacional constitui um momento de partilha de “conhecimentos em áreas tão importantes como a segurança e alterações climáticas”, frisou Carlos Rabaçal, para acrescentar que a prevenção de riscos não pode somente estar resumida ao debate alargado e prolongado. “É tomar medidas, por mais difíceis que sejam.”
O autarca, ao destacar que o município é “fonte de inovação” em matéria de proteção civil, apontou a “postura proativa, aliada a preocupações de ordem ambiental, na prevenção de riscos”, como é exemplo a alteração do esquema de circulação rodoviária nos acessos às praias da Arrábida implementada na última época balnear.
Evidência deste empenho é ainda o início do recente projeto “Comunicação e Sensibilização em Cenários de Risco Associados às Alterações Climáticas”, resultado de uma candidatura a fundos comunitários no âmbito do PO SEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos.
Mas também há “medidas concretas no terreno”, frisou o vereador, ao aludir à construção do futuro Parque Urbano da Várzea, “uma das primeiras medidas estruturantes de adaptação e mitigação das alterações climáticas”, com a criação de bacias de retenção pluvial e prevenção de cheias.
Duarte Caldeira, do Centro de Estudos e Intervenção em Proteção Civil, vincou que a II Conferência Internacional Riscos, Segurança e Cidadania trata “as alterações climáticas em várias abordagens, numa perspetiva abrangente e com temáticas apresentadas em óticas diferenciadoras”.
O programa central do evento, que começa no dia 28, está centrado no Fórum Municipal Luísa Todi e inclui, às 10h00, a apresentação do Plano de Adaptação às Alterações Climáticas da Área Metropolitana de Lisboa, a que se segue, às 10h45, um debate em formato de mesa redonda sobre o Projeto Cuidar.
O encontro prossegue às 11h45 com “Desafios Futuros das Alterações Climáticas sobre o Auxílio Humanitário e Gestão de Crises”, tema que é explanado por Karolina Kalinowska, da Direção-Geral de Ajuda Humanitária e Proteção Civil da Comunidade Europeia.
A conferência continua às 14h00 com “Segurança Humana – Construção da Resiliência face às Alterações Climáticas”, por Hitomi Kubo, da Unidade de Segurança Humana das Nações Unidas, enquanto às 14h30 o “Uscore2 EU – Uma Ferramenta de Revisão de Pares para Avaliação de Estratégias de Resiliência” é apresentado por Kathryn Oldham.
“A Plataforma para o Diálogo Talanoa – A partilha de ideias, competências e experiências através de narrativas”, por Claudio Fornier, do Secretariado da Convenção do Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, está em foco no encontro a partir das 15h15.
Nesta tarde há ainda “Educação e Formação em Segurança Integral”, por Montserrat-Iglesias Lucia, às 15h45, “Proposta de uma Taxonomia de Risco – Analogia à Árvore de Diderot e a’Alembert”, por Fernando Rodrigues, às 16h45, e “Riscos Crescentes das Alterações Climáticas”, a cargo de Mette Olsson, às 17h15.
No dia seguinte, a 29, o encontro no Fórum Luísa Todi começa às 09h30 com “Toolkit de Políticas da OCDE sobre Resiliência de Infraestruturas Críticas”, por Charles Baubion, a que se segue, às 10h00, “A redução do Risco de Catástrofes nas Cidades Europeias – Casos de Estudo”, conduzido por Martí Regàs.
Na parte da manhã há ainda, às 11h00, “Estratégias de Resiliência QBRNE para a Proteção das Comunidades”, por Lina Kolesnikova, enquanto às 11h30 “Energia Nuclear – Um Risco (In)Calculável” é apresentado numa intervenção dinamizada por Anna Letournel.
“A Crise da Imigração: Um Teste de Stress à Cultura Legal Europeia”, por Waldemar Hoff, às 14h00, dá início aos trabalhos da parte da tarde do encontro, que prossegue com “Migrações – Ameaças e Riscos Transnacionais”, por Teresa Rodrigues, em apresentação agendada para as 14h30.
Segue-se, às 15h15, “Seguros e Produtos Financeiros para Catástrofes Naturais – Um Cálculo da Resiliência”, por Eugénio Falero, e, meia hora depois, “A Indústria Seguradora na Construção de uma Sociedade mais Resiliente”, tema apresentado por José Oliveira.
As apresentações do programa de dia 29 culminam com “Aplicação Estatística da Inteligência Artificial e Big Data à Gestão de Emergência”, por José Recio, às 16h45, e “Avaliação dos Riscos de Subida do Nível do Mar na Alteração de Ambientes Costeiros”, a cargo de Andrea Critto, às 17h15.
A sessão de encerramento do encontro, às 18h00, está a cargo de Augusto Mateus, professor catedrático que coordenou a equipa responsável pela elaboração do Plano Estratégico de Desenvolvimento de Setúbal 2026, que explana sobre a temática “De Setúbal para o Mundo”.
Além do Fórum Municipal Luísa Todi, a II Conferência Riscos, Segurança e Cidadania inclui no programa de dia 19 iniciativas noutros locais da cidade, como o auditório do Inatel, no qual, entre outras, há uma apresentação, às 14h30, sobre a “Monitorização Sismo Vulcânica nos Açores”, por Teresa Ferreira e Duarte Caldeira.
Já no auditório da Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal, destaque para uma intervenção, às 14h00, sobre “A Extensão da Plataforma Continental de Portugal – Responsabilidades do Estado Português na Preservação dos Oceanos”, a cargo de Tiago Cunha.
O auditório da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra é outro dos locais que acolhe a conferência internacional. Neste caso, entre várias apresentações, destaque para um painel subordinado à temática “Estratégias de Gestão da Água no Combate à Desertificação do Território”, às 14h00, por Maria José Roxo.
A II Conferência Internacional Riscos, Segurança e Cidadania constitui, igualmente, “um espaço privilegiado para a apresentação, afirmação e partilha de trabalhos académicos de caráter científico”, afirmou o vereador da Proteção Civil na Câmara Municipal de Setúbal, Carlos Rabaçal.
Nesta perspetiva, Ângela Santos, do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território, acrescentou que o encontro “de caráter multidisciplinar” potencia a oportunidade para “jovens investigadores divulgarem os seus trabalhos”, tendo a organização do evento recebido, até à data, um total de 35 propostas.
A Conferência Internacional Riscos, Segurança e Cidadania integra a operação “Comunicação e sensibilização em cenários de risco associados às Gestão de Riscos”, comparticipada em 75 por cento através do Fundo de Coesão, no âmbito do PO SEUR – Programa Operacional sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos e ao abrigo do Portugal 2020.
A iniciativa, organizada ao longo de dois dias com o tema “Gestão do Risco e Alterações Climáticas”, tem ainda inscrições, gratuitas, a decorrer na página oficial do evento, na qual é disponibilizado o programa completo, acessível em www.smpcb.pt/icrsc2019/pt/.
