Encontro Unidades Locais de Proteção Civil - Setúbal Resiliência + Os Dias da Segurança

O trabalho desenvolvido pelas unidades locais de Proteção Civil do concelho foi apresentado no dia 23, em encontro na Casa da Baía, no âmbito do programa municipal “Setúbal Resiliência +, Os Dias da Segurança”, a decorrer até dia 1 de março.


“Estas unidades são fundamentais na proteção e socorro à comunidade, ajudando na ligação direta ao Serviço Municipal de Proteção Civil para garantir a segurança de pessoas e bens”, sublinhou o vereador Carlos Rabaçal, na sessão de abertura do 1.º Encontro das ULPC – Unidades Locais de Proteção Civil.

União de Freguesias de Setúbal, São Sebastião, Azeitão, Sado, e Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra são as cinco freguesias do território com Unidades Locais de Proteção Civil, constituídas por voluntários e lideradas pelos respetivos presidentes das juntas de freguesia. Têm como missão agir em situação de emergência, bem como desenvolver ações de caráter preventivo.

Para o autarca, estas estruturas são “uma das inovações mais relevantes” da Lei de Bases da Proteção Civil, uma vez que “se coloca no sítio certo a capacidade de resposta”. Acrescentou, ainda, que estas unidades “têm uma leitura mais clara sobre o que se passa no terreno”.

A mesma ideia foi vincada pelo coordenador do pelouro da Proteção Civil na ANAFRE – Associação Nacional de Freguesias, Jorge Neves. “Os autarcas das freguesias estão mais próximos das populações e conhecem melhor as especificidades do território.”

Para este responsável, esta é a “prova de que as juntas freguesias podem executar missões relevantes que maximizam a resiliência das populações”, frisou, para depois enaltecer o facto de todas as freguesias do concelho setubalense terem constituído unidades locais de Proteção Civil.

Por isso, defendeu, Setúbal é exemplo a seguir. “Não sei se é caso único no país, mas é de louvar, e demonstra que em Setúbal há uma estratégia de Proteção Civil inclusiva, de todos e para todos.”

A ULPC de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra já tem um plano de atividades para 2019, o qual, de acordo com o 1.º vogal da junta de freguesia, Sérgio Varela, define 34 ações a cumprir, das quais 11 são dirigidas à comunicação de eventos e cinco direcionadas para a sensibilização em diversas matérias.

Sérgio Varela adiantou que estão igualmente previstos a realização de um simulacro “relacionado com as dificuldades de estacionamento e o levantamento de riscos e recursos em toda a freguesia”.

A realização de uma reunião em outubro do ano passado com a Proteção Civil Municipal e na qual foram definidas estratégias e objetivos, a participação numa ação de formação pelos sapadores e a tomada de posse de novos voluntários foram outras ações já concretizadas por esta ULPC.

Também na freguesia do Sado os elementos que constituem a ULPC, incluindo o presidente da junta, Manuel Véstias, participaram numa ação de formação conduzida pela Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal.

A Unidade Local de Proteção Civil do Sado já foi chamada a intervir em situações de emergência, como o incêndio na Sapec Agro, há cerca de dois anos, neste caso com a divulgação de ações de sensibilização junto da população sobre as medidas de proteção a tomar.

No entanto, destacou Manuel Véstias, a ULPC do Sado “ainda está numa fase de constituição e de formação, num caminho que culminará ainda este ano com a definição de objetivos e funções a desempenhar”.

Na maior freguesia do concelho, São Sebastião, a Unidade Local de Proteção Civil tem vindo a desenvolver um trabalho com as associações e coletividades, no sentido da “sensibilização para instalações mais seguras e para que os dirigentes associativos sejam eles próprios agentes da proteção civil”, sublinhou o presidente Nuno Costa.

Ao mesmo tempo, está a ser feito um inventário das estruturas, meios e recursos que podem estar ao serviço da Proteção Civil, bem como a identificação de locais de maior risco de incêndio e a gestão das faixas de combustível, em parceria com o Serviço Municipal de Proteção Civil e Bombeiros de Setúbal.

Nos bairros mais antigos, que apresentam maiores dificuldades no que respeita à atuação dos bombeiros em situações de emergência, está a ser desenvolvido um projeto de formação à população para utilização dos armários de incêndio numa primeira intervenção.

“As ULPC estão a dar os primeiros passos com resultados a surgirem. Este é o início de uma nova perspetiva da Proteção Civil e do que é a responsabilidade de cada um de nós nesta matéria”, enfatizou Nuno Costa.

Em Azeitão, a criação da Unidade Local de Proteção Civil “apenas formalizou o trabalho que a junta de freguesia já realizava nesta matéria”, adiantou o coordenador operacional da ULPC de Azeitão, Bento Passinhas.

Nesta freguesia, a aposta tem sido na prevenção, nomeadamente na limpeza de matas e de linhas de água, com a participação de voluntários.

Já na União das Freguesia de Setúbal, a ULPC ainda não tomou posse, uma vez que, esclareceu o presidente Rui Canas, “a nova autarquia, resultante da junção das freguesias de Santa Maria da Graça, São Julião e Anunciada, obrigou a olhar bem para grande diversidade do território para perceber o que fazer”.

Por isso, “em primeiro lugar, queremos fazer este trabalho e, depois, constituímos a ULPC”, afirmou Rui Canas, para depois abordar o trabalho desenvolvido com a população no sentido de “levar as pessoas a perceber o que podem fazer em matéria de proteção civil e chamá-las a participar no processo”.

A União das Freguesias de Setúbal tem ainda realizado reuniões com a população que originaram a constituição de grupos de moradores que participam, em abril, num encontro no qual uma das principais questões a analisar diz respeito à proteção civil.

No 1.º Encontro das Unidades Locais de Proteção Civil, a Junta de Freguesia de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra ofereceu dois capacetes de proteção, no valor de mais de 600 euros, à Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Setúbal.

O encontro das ULPC prosseguiu no quartel da Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal, com um almoço convívio e uma visita guiada em que os membros destas unidades ficaram a conhecer melhor a capacidade técnica operacional de intervenção da companhia em acidente grave ou catástrofe, quer com os meios mais especializados, de busca e resgate e de intervenção química, quer com os mais genéricos.

O programa “Setúbal Resiliência +, Os Dias da Segurança” prosseguiu no domingo com a iniciativa “Quartéis Abertos” que deu a conhecer os meios da Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal em exposição na Praça de Bocage, e dos Bombeiros Voluntários de Setúbal, em mostra junto do Bacalhôa Parque, em Vila Nogueira de Azeitão.