MAPS | Poema à Duração

A inauguração de uma exposição do artista plástico João Fortuna, produzida pela revista FOmE, marcou o arranque da segunda edição da MAPS – Mostra de Artes Performativas de Setúbal, a 2, em A Gráfica – Centro de Criação Artística.


“CTRL + ALT + ERROR” é uma mostra imersiva que procura colocar o observador num estado de profunda reflexão, transportando-o entre colagens analógicas e projeções holográficas, numa narrativa que viaja entre passado, presente e futuro.

Na exposição, patente até ao dia 8, em A Gráfica – Centro de Criação Artística, instalada no antigo Armazém de Papéis do Sado, na Ladeira da Ponte de São Sebastião, o olhar do visitante pode saltitar entre as tribos primitivas da Amazónia e a super indústria do século XXI, entre o lixo e a floresta intocada, entre o sublime e o grotesco.

No primeiro dia, 2, a MAPS foi também palco da estreia absoluta, igualmente em A Gráfica, de “Poema à Duração”, projeto encenado por Jean Paul Bucchieri a partir do texto homónimo do austríaco Peter Handke, Prémio Nobel da Literatura em 2019, cuja apresentação esteve esgotada.

Com interpretação de João Lagarto e colaboração dramatúrgica de David Antunes, esta peça teatral, que se assume como uma reflexão filosófica sobre o conceito de duração e de tempo, regressa àquele local no dia 8, às 21h30.

Iniciativa da Câmara Municipal de Setúbal, a segunda edição da MAPS – Mostra de Artes Performativas de Setúbal proporciona perto de duas dezenas de espetáculos de diferentes expressões artísticas, em vários locais da cidade, até 10 de julho.

O certame é inteiramente composto por performances nacionais de múltiplas manifestações artísticas, gratuitas, dirigidas a vários públicos, em que a liberdade, a igualdade e questões de género, o consumo, o trabalho e a corporalidade constituem alguns dos principais temas.

A MAPS procura promover a interação, a fruição e a valorização do património através da apresentação de espetáculos que fomentam o acesso às artes, que asseguram a diversificação, a descentralização e a difusão da criação artística e incentivam a captação de diferentes públicos.

A mostra prossegue no dia 3, às 21h30, em A Gráfica – Centro de Criação Artística, com “Musculus”, performance de Beatriz Dias que evoca questões de identidade e de género.

Antes, às 19h00, A Gráfica acolhe uma conversa sobre “Programar em Espaços Não Convencionais”, com Rui Dâmaso, de OUT.RA – Associação Cultural, João Leirão e Cristina Henriques, do projeto Moledo Acontece, e António Mestre, da MAU – Quinta do Anjo, e moderação de Margarida Mata, fundadora da revista FOmE.

Durante a tarde de dia 4, o Jardim do Bonfim é palco para os espetáculos “Muita Tralha Pouca Tralha”, de Catarina Requeijo, às 15h00 e às 17h00, e “Sómente”, do Teatro Só, às 16h00 e às 18h00.

Ainda da programação de dia 4 no Bonfim, é apresentado, às 19h00, a instalação-performance de Ricardo Campos “Que Sabemos Nós da Multidão?”, que repete a 7, às 20h30, em A Gráfica, e a 9, às 19h00, na Praça de Bocage.

No dia seguinte, 5, às 15h00 e às 17h00, em A Gráfica, há “Photomaton”, do compositor e multi-instrumentista Fernando Mota. Um espetáculo que parte de uma enorme mala de onde vão saindo objetos, sons e histórias que nem sempre precisam de palavras.

Igualmente a 5, entre as 19h00 e as 20h30, sob o título “Que ninguém durma! Que ninguém durma!”, o maestro Jorge Salgueiro dirige instrumentistas e cantores do Ateliê de Ópera de Setúbal na interpretação de árias de ópera pela Baixa e centro histórico da cidade.

Uma reflexão sobre o planeta Terra, as mudanças climáticas e o aquecimento global, a 6, por Rita Vilhena & Yael Karavan, surge em “MA-MA”, a realizar entre as 19h00 e as 22h00, em A Gráfica. A 7, das 19h30 às 20h30, e a 8, das 19h00 às 21h00, há um eco da performance da dupla de artistas com a instalação “MA-MA”.

Ainda no dia 6, às 22h00, Ana Rita Teodoro mostra em “Fantôme Méchant/Assombro” como os fantasmas podem assombrar cantos tradicionais portugueses.

A Mostra de Artes Performativas de Setúbal reserva para o dia 7, às 21h30, em A Gráfica, “EX(AM)”, uma peça teatral de Tiago Bôto e Wagner Borges, que se assume como uma proposta de exame numa reflexão ficcional e real, em formato de observatório.

“Asa d’Areia”, espetáculo/instalação da companhia sineense Teatro do Mar, que funde o vídeo documental e o conceptual com o circo contemporâneo, nomeadamente a arte do equilíbrio, no arame e na corda bamba, a dança e as formas animadas, realiza-se a 9, às 21h30, na Praça de Bocage.

Antes, pelas 19h00, o certame proporciona, em A Gráfica, uma conversa em torno do significado “Ser artista emergente na linha do Sado”, dinamizada pela Revista FOmE, com a participação de Sérgio Braz D’Almeida, João Bordeira, João Fortuna e Inês Pucarinho, e moderação de Patrícia Paixão.

A MAPS encerra a 10, às 19h00, em A Gráfica, com “Movimento Zebra”, projeto de formação teatral do Teatro O Bando, que integra “Setúbal, Território Intercultural – Conceção e Implementação do Plano Municipal para a Integração de Migrantes”.

Mais informações sobre o evento cultural podem ser obtidas através do endereço de correio eletrónico maps@mun-setubal.pt.