A ministra da Cultura, Graça Fonseca, realizou no dia 22 uma visita a Setúbal, na qual passou por vários equipamentos municipais criados ou modernizados recentemente, deslocação que terminou com um encontro com agentes culturais do concelho.


A governante passou o dia em Setúbal na companhia da presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, e do vereador da Cultura, Pedro Pina, num périplo que começou, de manhã, com um concerto do evento A7M ComVida, realizado no Fórum Municipal Luísa Todi, com as participações de escolas de música locais e da região.

Graça Fonseca aproveitou para visitar as instalações da sala de espetáculos, à imagem do que viria a suceder ao longo do dia, com passagens pela Casa da Cultura, A Gráfica – Centro de Criação Artística, Biblioteca Pública Municipal, Museu de Setúbal/Convento de Jesus, Casa das Imagens Lauro António e Museu do Trabalho Michel Giacometti.

Todos estes espaços municipais foram criados ou modernizados pela autarquia nos últimos anos, correspondendo a uma estratégia de gestão orientada para disponibilizar mais e melhores infraestruturas para o desenvolvimento da atividade cultural no concelho.

A digressão contou ainda com passagens por espaços culturais privados, nomeadamente a Casa da Avenida.

Ao final da tarde, mais de duas dezenas de agentes culturais com atividade em Setúbal tiveram a oportunidade de realizar um encontro informal com a ministra e os representantes do Executivo municipal, em que expuseram questões relacionadas com a política da Cultura no plano nacional e apresentaram dúvidas e dificuldades que sentem no exercício das suas funções no quotidiano.

Financiamento do Estado, Estatuto do Artista e gestão do setor cultural durante a pandemia, em particular perspetivas sobre a continuidade das restrições que ainda se fazem sentir na realização de eventos culturais, foram alguns dos temas debatidos com Graça Fonseca.

“A Cultura é um caso muito particular. Vive da proximidade com o público e a pandemia colocou dificuldades muito grandes de gestão. A principal mensagem que se teve que passar no que toca ao combate [à crise pandémica] foi dizer às pessoas para não saírem de casa. Cheguei a pensar se não se estaria a levar as restrições longe de mais. Mas ao chegar janeiro e fevereiro, vendo mais de 300 pessoas a morrer por dia, vi que não haveria outra maneira senão esta”, afirmou a ministra no encontro.

A governante revelou, no final da visita, que “foi um dia muito bom e extremamente positivo em Setúbal”.

A presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, sublinhou a importância de os representantes do Governo efetuarem este tipo de incursões pelo país, conhecendo, de perto, a realidade e as dificuldades que setores, como, neste caso, a Cultura, sentem no dia a dia.

“Foi muito bom tê-la aqui. É fundamental estarmos próximos. Estes agentes culturais, estes parceiros da Câmara Municipal, hoje aqui, são apenas alguns de muitos que deste concelho poderiam marcar presença. Todos eles estão a precisar de ajuda nos mais variados níveis, seja financeiro, para novas infraestruturas ou até em matérias que deveriam ser mais simples, como o plano contributivo”, salientou a autarca.

Já o vereador Pedro Pina realçou que “a Cultura é definitivamente um eixo central da estrutura dos territórios, tal como demonstrou a atual crise de saúde pública”.

O autarca lançou ainda um repto a Graça Fonseca, “porque, para que autarquias e agentes culturais continuem a fazer sempre mais, tal só é possível se o Ministério da Cultura continuar forte”.