MAPS 2021 - Performances no Bairro

Perto de três dezenas de eventos marcaram a terceira edição da MAPS – Mostra de Artes Performativas em Setúbal, que, entre os dias 8 e 17 de julho, promoveu o encontro entre a criação artística e o público.


A Gráfica – Centro de Criação Artística e o centro histórico da cidade, mais concretamente o Bairro das Ideias, designação dada, no âmbito da MAPS, à Rua Arronches Junqueiro, foram os palcos principais do programa, organizado pela Câmara Municipal de Setúbal e que incluiu a realização de diversas atividades, como performances, encontros, teatro, exposições e música.

Ao longo de dez dias, realizaram-se 27 intervenções artísticas que contribuíram para reafirmar a MAPS no panorama nacional como um evento determinante na aproximação entre a criação artística e o público, com o debate de temas fundamentais da atualidade que envolvem a comunidade no fazer artístico.

O fomento da participação e da colaboração ativa do público com o artista e a obra artística foram a tónica da edição deste ano que culminou no dia 17, em A Gráfica, com o concerto GLUM – Grupo de Limpeza Urbana Musical, projeto em que trabalhadores daquele setor da higiene urbana foram equipados com ferramentas de trabalho especificamente pensadas para criar música.

Destaque, igualmente, no encerramento da MAPS para as Performances no Bairro, que ocuparam montras, varandas e janelas do Bairro das Ideias com várias intervenções artísticas, visando a dinamização do comércio local.

Com um tema transversal inspirado no distanciamento social a que a população tem sido sujeita na atualidade, as Performances do Bairro contaram com a colaboração dos comerciantes e moradores, tendo sido protagonizada por Joana Bom, Joana Chandelier, Carlota Oliveira, Helena Reis, Ana Quintino, Davide Milani, Maria Inês Costa, André Moniz, Márcio Pereira, Marzia Zambianchi, Tatiana Gomes e Pedro Luzindro.

O último dia do programa reservou, ainda, nas instalações de A Gráfica, no âmbito da secção Versus da FOmE, o concerto Branco versus Cante Alentejano, numa mistura aparentemente contrastante entre rap e o tradicional cantar do Alentejo.

Uma novidade na edição deste ano da MAPS, que contribuiu para a criação de novos públicos, foi o Mini-MAPS, especificamente pensado para o público mais jovem, que contou com a peça de teatro “Rojo”, de Mireia Miracle Company, a encenação “Antiprincesas – Carolina Beatriz Ângelo”, por Cláudia Gaiolas, e “A Estranha Viagem do Senhor Tonet”, instalação de som, luz e movimento, com nove jogos interativos criados a partir de construções de madeira, pela Tombs Creatius.

No decurso da Mostra de Artes Performativas em Setúbal foi possível visitar a exposição “Blackest Dogs”, de Samir Noorali, em A Gráfica – Centro de Criação Artística, e as instalações “A.braço.te”, de Paula Moita, e “Patrõa e o tempo”, de Ian Elianyuri, ambas no Bairro das Ideias.

A dança também esteve em destaque com espetáculos protagonizados por Francisco Camacho, “Viagem Sentimental # Setúbal”, Filipe Pereira, com “Arranjo Floral”, Inês Oliveira, com “On the road: das Sutilezas ao Jardim do Éden”, e Camilla Morello, com “URNA – CeAtchim! Ne Pàs! Un SssspeTaque!le”.

“Palaphita”, performance apresentada pela companhia de artes performativas e visuais de rua PIA – Projectos de Intervenção Artística, “Geografia do Amor”, performance, ainda em desenvolvimento, por Diego Bragà, artista luso-brasileiro a viver em Lisboa, e “5 Minutos para te conhecer”, por Manu Romeiro, foram outras intervenções artísticas em destaque na edição deste ano da MAPS.

Na música, o evento contou com uma diversidade de concertos, tais como Huesos del Niño versus Carlota Oliveira, com inspirações na luz e na videoarte, em que um músico e um artista de novo circo se juntam para um espetáculo a quatro mãos, e Museum Museum versus Tiago Hesp, com poesia musicada a cargo de Museum Museum e artes gráficas entregues a Tiago Hesp.

Além dos espetáculos, a reflexão sobre a cultura é outra importante vertente da MAPS que incluiu no programa encontros sobre “Artivismo”, “Residências e experiências” e “Projectos Colaborativos”.