O ciclista Filipe Gaivão passou dia 23 à tarde por Setúbal no âmbito de uma viagem solidária pelo país de sensibilização para a Síndrome de Asperger.
“Pedalar pela APSA”, uma parceria de Filipe Gaivão com a Associação Portuguesa de Síndrome de Asperger, resultou numa viagem de 1300 quilómetros, de 12 dias, destinada a dar mais visibilidade às pessoas que sofrem desta perturbação do espectro do autismo.
O entusiasta do ciclismo, com 59 anos de idade, partiu no dia 13 de julho de Braga rumo a Lisboa, acompanhado por mais quatro ciclistas.
Pelo caminho, atravessaram vários pontos do país, casos de Montalegre, Vila Real, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Évora, Beja, Castro Verde, Faro e Odemira.
No dia 23 à tarde, o grupo passou por Setúbal, onde concluíram a penúltima etapa, antes da partida para Lisboa.
“Setúbal é um ponto de paragem fundamental, porque, para mim, é uma das cidades mais bonitas do país. É ampla, limpa e com uma zona ribeirinha extraordinária. Sinto-me muito bem aqui. Podia ter feito a volta por outro lado, mas fiz questão de passar por cá”, confessou Filipe Gaivão.
Na chegada à cidade, o ciclista, acompanhado pela restante equipa, foi esperado em frente do edifício dos Paços do Concelho, na Praça de Bocage, por algumas pessoas que lhe deram os parabéns e o consideraram um “corajoso”.
Filipe Gaivão sublinhou que percorreu “entre 90 a 120 quilómetros por dia”, esforço que se revelou “cansativo, mas que valeu a pena”.
Uma das maiores dificuldades, indicou, foi a temperatura elevada. “Em dois dos 12 dias da viagem apanhámos mesmo muito calor. Atingimos 47 graus de temperatura sentida. O calor queimava-nos os pulmões. Queríamos pedalar e não conseguíamos. Foi horrível.”
Apesar da adversidade, a jornada cumpriu o propósito. “Nos contactos que tivemos ao longo da viagem, as pessoas agradeciam-nos pela iniciativa. Uma professora, em Santa Marta de Penaguião, estava a precisar de ajuda e nós pusemo-la em contacto com a Associação de Portuguesa de Síndrome de Asperger.”
“Pedalar pela APSA” terminou no sábado em Lisboa e contou com a parceria da SIC Esperança. A atriz Mariana Monteiro e a fadista Cuca Roseta foram algumas das figuras públicas que se associaram à causa.
Com uma forte componente solidária, a jornada de Filipe Gaivão, que pedala por causas sociais há cerca de dez anos, além de sensibilizar as pessoas para a Síndrome de Asperger, permitiu angariar fundos para a Associação Portuguesa de Síndrome de Asperger.
Esta instituição, sem fins lucrativos, foi criada em 2003 por um grupo de pais para explicar, sensibilizar e desdramatizar o que é esta perturbação do espectro do autismo.
Dispõe de resposta social em Lisboa, a Casa Grande, onde se capacitam jovens a partir dos 16 anos para a vida ativa.
O programa empregabilidade que desenvolve já integrou 45 jovens no mercado de trabalho desde 2015 e dispõe de rede de 22 empresas recetivas que os acolhem e integram.
