João Paulo Cotrim

Uma exposição  a inaugurar no dia 5, às 18h00, na Casa da Cultura, homenageia João Paulo Cotrim, editor falecido recentemente, que manteve nos últimos anos intensa colaboração cultural com Setúbal, nomeadamente como dinamizador da Festa da Ilustração.


“Dar de Beber aos Olhos” junta ilustrações de 11 artistas, oito portugueses e três estrangeiros, que trabalharam e privaram com João Paulo Cotrim, numa organização da Câmara Municipal de Setúbal com a DDLX e a editora Abysmo.

A mostra, com a curadoria do designer José Teófilo Duarte, apresenta trabalhos de André Carrilho, Nuno Saraiva, António Jorge Gonçalves, João Fazenda, Cristina Sampaio, André da Loba, Marta Madureira, André Letria, Osmani Simanca, Pierre Pratt e Alain Corbel.

José Teófilo Duarte, num enquadramento sobre a exposição patente na Casa da Cultura até final de março, sublinha que “todos estes autores marcaram presença em diferentes edições da Festa da Ilustração e alguns deles desenharam João Paulo Cotrim, como é o caso do André Carrilho”.

José Teófilo Duarte indica que vão ser várias as iniciativas no concelho sadino para homenagear e recordar a pessoa e o legado de João Paulo Cotrim. “A ideia é fazer muitas coisas em Setúbal, cidade com a qual manteve ligação.”

De entre as ações previstas, destaca-se a Festa da Ilustração, certame realizado em Setúbal anualmente e do qual foi o homenageado foi fundador e curador, sendo que a edição deste ano é-lhe integralmente dedicada.

O evento, a decorrer em outubro em vários equipamentos culturais do concelho, destaca, ainda, o português André Letria e o francês Alain Corbel, ilustradores que também colaboraram com o homenageado.

Uma sessão literária de homenagem a João Paulo Cotrim, na Casa da Cultura, está agendada para o dia 25 de fevereiro, durante a qual são apresentadas obras das poetisas Ana Freitas Reis e Inês Fonseca Santos, ambas pertencentes à editora fundada por João Paulo Cotrim, a Abysmo.

João Paulo Cotrim, editor, autor, argumentista, jornalista, programador cultural e responsável pela divulgação e promoção de vários artistas, muitos deles conceituados na atualidade, faleceu em dezembro aos 56 anos.

Além da Abysmo, fundou a revista Torpor e desenvolveu atividade nas áreas do cinema, ilustração, banda desenhada, poesia e artes visuais.

Dirigiu a Bedeteca de Lisboa e o Salão Lisboa de Ilustração e Banda Desenhada e escreveu argumentos para filmes de animação, novelas gráficas, ensaios e histórias infantis.

Na área do jornalismo, trabalhou em várias publicações, como Revista Ler, Elle, Máxima, Marie Claire, Oceanos, Visão, Grande Reportagem, Colóquio-Letras, Der Spiegel, Le Monde e o extinto suplemento DNA do Diário de Notícias.