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As atividades presenciais do Serviço Educativo do Aquivo Municipal de Setúbal, com iniciativas formativas dirigidas essencialmente à comunidade educativa e com o objetivo de melhor se dar a conhecer o acervo documental e a história local, são retomadas com ações já habituais, mas também outras novidades


Ao Serviço Educativo coube mostrar a miúdos e graúdos “a ancestralidade, as raízes das diversões locais de antigamente e o modo como se brincava numa altura ainda desprovida do acesso às novas tecnologias de informação e comunicação, nomeadamente sem jogos online ou redes sociais”, segundo destacou o responsável por este serviço municipal, Nuno Soares.

Cada um dos divertimentos proporcionados teve por base fotos de época do espólio fotográfico de Américo Ribeiro, que captou os rostos e as brincadeiras das crianças em Setúbal nos seus tempos de lazer.

Exemplos disso são os jogos e atividades em que estão envolvidos os mais jovens, designadamente no Parque Infantil do Grémio das Conservas, na Quinta das Palmeiras, no ano de 1938, a brincar com areia e carrinhos de mão, em cavalos de pau ou em bicicletas da época. Outros retratos mostram crianças em carrinhos a pedais, jogos de grupo ou cavalos de baloiço na década de 50 do século passado.

Nas atividades promovidas pelo Serviço Educativo foi possível experimentar o salto ou a tração à corda, o jogo da macaca, andas, malha corrida, argolas, jogos de pião ou de tabuleiro, entre outros, que compuseram a oferta do stand que contou com elevada adesão com participantes de todas as idades, normalmente em família.

Para Cláudio Jesus, que veio acompanhado pelos filhos e sobrinhos, num leque variado de idades, o divertimento familiar é a grande mais-valia da iniciativa já que a qualificou como “uma oportunidade para um excelente convívio em família, ao ar livre e longe das novas tecnologias”. Constança, 14 anos, integrante deste grupo, relatou que “é bom sair de casa em família e aprender sobre os jogos tradicionais”, dos quais conhecia alguns deles “apenas de passagem”.

O jovem Diogo, 4 anos, acompanhado pela avó que se mostrou tão animada como o neto, simplesmente não conseguia largar o jogo da malha, “uma coisa nova que nunca tinha visto”, estando mais habituado a jogos de telemóvel, explicou sorridentemente. Já a avó, Ilda Vasques, salientou a importância desta iniciativa em que foi possível mostrar rigorosamente como eram os jogos com que brincou enquanto criança.

Por fim, Helena Moreira, outra aderente à iniciativa municipal, secundou estas palavras destacando que é de uma importância fulcral “apresentar e mostrar o passado tal como era”, salientado que “há mais no mundo do que mostram as novas tecnologias, importando largamente preservar e divulgar estes divertimentos para que nunca se percam no tempo”.

Em jeito de balanço, Joana Ascensão, da equipa do Serviço Educativo, destacou a enorme adesão e participação dos adultos, que, de modo entusiasta e descontraído, relataram histórias e episódios das suas próprias experiências de infância aos mais novos.

Esta atividade, promovida pela Câmara Municipal e que vai já na 14.ª edição, decorreu este ano sob o tema “Brincar”, oferecendo-se durante todo o fim de semana atividades desportivas, exposições, música, teatro, literatura e oficinas, servindo a iniciativa igualmente para assinalar o Dia Mundial da Criança e o final do ano letivo.