Sessão de esclarecimento em Azeitão sobre transportes públicos

A Câmara Municipal de Setúbal já procura alternativas de transporte escolar rodoviário devido às deficiências do serviço prestado pela operadora local, anunciou o presidente André Martins em encontro realizado no dia 26 à noite com a população de Azeitão.


“Estamos a trabalhar no processo de criar autocarros alternativos para transporte escolar e, em especial, em Azeitão. Percebemos a urgência do problema, mas não é uma solução fácil”, afirmou o autarca em sessão pública na Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense, em Vila Nogueira, no âmbito de encontros nas freguesias para debate sobre a qualidade do transporte rodoviário de passageiros assegurado pela empresa Alsa Todi.

A vice-presidente Carla Guerreiro, que detém o pelouro da Educação, adiantou que o Executivo municipal se reuniu “várias vezes com todos os diretores de escolas e de agrupamentos do concelho e transmitiu as necessidades de transportes escolares à empresa, que garantiu que os iria assegurar”, algo que “não veio a verificar-se”.

A autarca garantiu que o município, munido com quatro autocarros escolares e que já se encontram com agendas totalmente preenchidas, está “a consultar várias empresas privadas para garantir o serviço de transportes escolares em falta”, mas referiu que estas “não estão neste momento em condições de dar resposta às necessidades do concelho”.

Esta foi a terceira sessão de um conjunto de cinco que a Câmara Municipal de Setúbal está a realizar com a população em todas as freguesias para debater a qualidade do serviço de transportes públicos prestados no concelho pela operadora Alsa Todi desde 1 de junho, altura em que entrou em funcionamento a nova Carris Metropolitana.

O presidente e a vice-presidente estiveram acompanhados no encontro dos vereadores Rita Carvalho, Carlos Rabaçal e Pedro Pina, além da presidente da Junta de Freguesia de Azeitão, Sónia Paulo.

“A empresa não está em condições de operar, de colocar o sistema a funcionar”, constatou André Martins. “O contrato foi feito com a Transportes Metropolitanos de Lisboa, que já está a acionar os mecanismos previstos para que a empresa passe a operar como acordado. O problema é que a via administrativa e judicial não vai resolver o problema com a urgência necessária.”

Nestes encontros, o Executivo municipal está a convidar a população a participar numa concentração no dia 1 de outubro, sábado, a partir das 10h30, na Praça do Vitória Futebol Clube, para que expresse publicamente a insatisfação sentida pelo serviço.

A vereadora Rita Carvalho, com o pelouro da Mobilidade, reforçou que a “manifestação é uma medida adicional”, uma vez que a Alsa Todi “já está a ser penalizada, pois não recebe o que devia por não estar a fazer os quilómetros esperados e pelos quais deveria ser paga, sendo que também já está a ser alvo de multas”.

O presidente André Martins adiantou que são realizadas reuniões técnicas semanais com a empresa, entre outras, nas quais a Câmara Municipal tem transmitido, desde o primeiro momento, as necessidades, preocupações e reclamações pelo serviço que, “constantemente, defrauda as expectativas da população”, ao que a resposta é o adiamento consecutivo da resolução.

Com a concentração popular agendada para 1 de outubro, o autarca espera “pressionar a empresa, protestando com a qualidade do serviço e, principalmente, colocar em causa o seu bom nome, o que a irá prejudicar e fazer pensar duas vezes quando quiser participar noutros concursos públicos”.

O ciclo de sessões públicas de esclarecimento e debate com a população já se realizou nas freguesias de Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra, São Sebastião e Azeitão.

Os encontros continuam no dia 27, às 21h30, no Cinema Charlot – Auditório Municipal, União das Freguesias de Setúbal, e terminam a 29, quinta-feira, às 18h30, na União Cultural e Recreativa Praiense, freguesia do Sado.