Visita à EB 2,3 de Azeitão pela vice-presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Carla Guerreiro

A necessidade de respostas por parte do Governo sobre quais as intervenções previstas para a EB 2,3 de Azeitão foi destacada no dia 28 de setembro pela vice-presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Carla Guerreiro, em visita ao estabelecimento de ensino.


“Esta escola tem carências muito grandes já identificadas e reconhecidas pelo Governo, que a colocou, em julho, numa lista de escolas prioritárias. Mas não sabemos mais nada. Nem quando a obra avança, nem que tipo de intervenção está previsto”, lamentou a autarca no decorrer de uma visita em que os próprios alunos apresentaram os problemas da escola.

À semelhança do convite endereçado à Câmara Municipal de Setúbal para estar presente nesta iniciativa, bem como à presidente da Junta de Freguesia de Azeitão, Sónia Paulo, que marcou presença, as associações de pais do Agrupamento de Escolas de Azeitão convidaram o Ministério da Educação, mas não obtiveram resposta.

“Tínhamos esperança de que o ministério viesse para apreciar a situação e dar alguma indicação sobre o que está previsto. Mas não sabemos o que se passou, pois não houve resposta e não participaram na visita”, indicou a vice-presidente Carla Guerreio, que tem o pelouro da Educação no município.

A autarca explicou à diretora do Agrupamento de Escolas de Azeitão, Clara Félix, aos alunos e aos pais presentes na iniciativa, que a autarquia poderá, eventualmente, assumir a responsabilidade da execução da obra de requalificação da escola, mediante a transferência da verba necessária, no âmbito de uma parceria a realizar entre as duas entidades, como a que permitiu o avanço da construção da Unidade de Saúde Familiar de Azeitão.

“Não temos dinheiro para realizar uma intervenção desta envergadura na escola, que poderá custar quatro a cinco milhões de euros. Mas se o Estado der a verba necessária, a Câmara faz a obra”, salientou Carla Guerreiro.   

A falta de um pavilhão gimnodesportivo para a realização de aulas de educação física, a existência de salas de aula em pavilhões de madeira com poucas condições de segurança para o seu funcionamento, salas com infiltrações e sem sistema de climatização, persianas e paredes esburacadas e pavimentos danificados foram alguns dos problemas sublinhados pelos alunos que conduziram a visita.

“Ter aulas nas salas de madeira é uma experiência muito má. Faz muito calor no verão e no inverno até temos de levar mantas”, explicou um dos alunos eleitos pelos colegas para dar voz aos problemas da escola.

Já uma estudante apontou que no inverno não é possível haver aulas de educação física, pela falta de um pavilhão gimnodesportivo, e até mesmo o campo de jogos ao ar livre tem condições deficitárias.

“Quando chove, ficamos todos numa sala a olhar uns para os outros. Quando podemos fazer a aula ao ar livre, o piso do campo queima os pés, porque é de alcatrão, e magoa-nos muito quando caímos.” 

Os alunos indicam também a existência de salas com janelas que não abrem, o que “coloca em causa a segurança de todos perante a eventualidade de uma situação de perigo em que tenham de se usar as janelas para sair”, referiu a diretora do Agrupamento de Escolas de Azeitão, Clara Félix.

A responsável sublinhou que a escola teve algumas intervenções nos últimos anos, mas que “são insuficientes perante a degradação natural do passar dos anos”.

Além de uma requalificação profunda, sublinhou Clara Félix, “a escola precisa de uma ampliação, porque o atual número de salas não é suficiente e o número de alunos está a crescer”.

Apesar da existência de todos estes problemas, na visita de ontem, enquadrada no arranque do novo escolar, a vice-presidente Carla Guerreiro alertou que numa primeira instância a escola não estava incluída na lista de prioridades do Ministério da Educação, para a requalificação, aquando da transferência de competências na área da Educação para as autarquias.

“Após muita insistência da Câmara de Setúbal, foi finalmente considerada e colocada na lista das prioridades urgentes. Agora falta é saber quando há avanços e o que está previsto”, referiu a autarca.