Film Fest 2022 - “Uma página de loucura”, de Teinosuke Kinugasa, Japão.

O cinema francês, com Élisabeth e Marie-Berthe Thuillier, e japonês, com Teinosuke Kinugasa, estiveram em destaque em 7 e 8 de outubro no Film Fest, festival de cinema com música ao vivo que decorre em Setúbal até 16 de outubro.


As sessões realizaram-se no Cinema Charlot – Auditório Municipal, depois de a abertura do Film Fest – Festival de Cinema Musicado ao Vivo, organizado pela Câmara Municipal com diversos apoios e parcerias e dedicado a todos os tipos de público, ter decorrido no Fórum Municipal Luísa Todi, no dia 6 de outubro.

Na noite de 7 de outubro, numa sessão acompanhada de música ao vivo por Filipe Raposo, foram exibidas algumas das dezenas de películas, produzidas pelos estúdios Pathé, que a dupla francesa formada por Élisabeth e Marie-Berthe Thuillier, mãe e filha, coloriram à mão no final do século XIX e início do século XX.

Em 8 de outubro à noite esteve em destaque a cultura japonesa, com a exibição do filme “Uma página de loucura”, de Teinosuke Kinugasa, com música ao vivo e uma performance benshi por Atsuko Kamura, numa sessão que contou com a presença de representantes da Embaixada do Japão em Portugal.

A era do cinema mudo no Japão caracterizou-se por um elemento cinematográfico peculiar sob a forma de katsudo-shashin-benshi, abreviado para katsudō-benshi, que significa “imagens em movimento”, ou benshi – narrador. Entre 1896 e 1939, o benshi ajudava os espetadores a entenderem o que acontecia na tela através de narração vocal conhecida como setsumei – explicação.

À tarde, igualmente no Cinema Charlot, a sessão “Politicamente Incorreto” passou as curtas-metragens “Tenho seguro”, “A mão que rouba”, “Artheme engole o clarinete”, “Princesa nicotina; ou, a Fada do fumo” e “O mistério do peixe saltador”, com banda sonora a cargo do Trio Phi, de Sylvain Barreto, João Toscano e Vasco Faim.

No domingo, dia 9, o Fórum Municipal Luísa Todi cedeu o ecrã a “Sol e Sombra”, de Musidora e Jacques Lasseyne, acompanhado de música composta por Gonçalo Simões, interpretada ao vivo, sob a direção musical de Nuno Batalha, por Rita Malão, Samuel Santos, Tiago Alexandre, Gonçalo Simões e o Coro Feminino TuttiEncantus.

Em 6 de outubro, quinta-feira, a quarta edição do Film Fest abriu no Fórum Municipal Luísa Todi com uma noite dedicada ao cineasta Manoel de Oliveira, designada “Manoel”, com a exibição dos filmes “O Pintor e a Cidade” e “Douro, Faina Fluvial”, acompanhados pela música criada pelo projeto Sensible Soccers.

Tendo como como característica o facto de os filmes serem acompanhados por bandas sonoras originais criadas exclusivamente para o evento por diversos artistas, que as tocam no momento, o Film Fest desenvolve e expande o formato do cine-concerto.

Exibe filmes reconhecidos do público e aborda o cinema de autor, particularmente o mudo, dando, enfoque ao som e à música através do olhar criativo de vários artistas que, ao acompanharem ao vivo a exibição destas obras, criam bandas sonoras singulares.

As entradas para as sessões do Film Fest têm o custo de 5 euros para o público em geral e de 4 para menores de 25 ou maiores de 65 anos. Há ainda o passe Film Fest, de acesso a todas atividades, por 30 euros.

Já a “Sessão Família” é gratuita para menores de 10 anos, enquanto as sessões para escolas têm entrada livre mediante inscrição prévia para o endereço de correio eletrónico film.fest@mun-setubal.pt.

A quarta edição do Film Fest – Festival de Cinema Musicado ao Vivo conta ainda com um conjunto de workshops com inscrições a 3 euros.

O programa completo pode ser consultado na página oficial do evento, em www.festivalfilmfest.com.