Conferência de imprensa sobre o Centro Hospitalar de Setúbal

Os municípios de Setúbal, Palmela e Sesimbra anunciaram no dia 9 que, caso o ministro da Saúde não responda ao pedido de reunião com as autarquias para debater soluções para a crise do Centro Hospitalar de Setúbal, vão marcar presença à porta do ministério na próxima na manhã do dia 12.


“Tem-se vindo a agravar a situação do Centro Hospitalar de Setúbal [CHS], afirmou o presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, em conferência de imprensa que vem no seguimento de mais um anúncio de encerramento das urgências pediátricas por um largo período no Hospitalar de São Bernardo.

Acompanhado do presidente da Câmara Municipal de Palmela, Álvaro Amaro, e do representante do município de Sesimbra, Alain Pereira, André Martins recordou que as três autarquias enviaram na terça-feira um pedido de reunião ao ministro da Saúde para se avaliarem soluções que possam colocar um fim à atual crise que vive no setor, em particular no CHS, pedido ao qual ainda não obtiveram qualquer resposta.

“Se até domingo à tarde o senhor ministro não der resposta ao nosso pedido de reunião, segunda-feira, às nove da manhã, estaremos à porta do Ministério da Saúde para sermos recebidos e termos essa reunião ou, eventualmente, agendarmos uma data”, sublinhou André Martins.

O autarca de Setúbal salientou que a deterioração da capacidade de resposta do CHS não é de agora, sendo uma consequência do “desinvestimento geral no Serviço Nacional de Saúde”.

André Martins sublinha que o problema resulta “de uma evidente falta de profissionais, de um quadro estabilizado de serviço no Centro Hospitalar de Setúbal. Entretanto o Governo mudou o ministro, mas a situação mantem-se na mesma. A resposta que hoje nos dão é de que vão resolver os problemas com a contratação de mais um tarefeiro para cada um dos serviços que estão em dificuldades. Isto não é caminho”.

A Câmara Municipal de Setúbal, de resto, reuniu esta manhã com o a direção do CHS para analisar a presente situação, saindo do encontro sem garantias sólidas de alteração do atual quadro de crise.

O presidente da Câmara Municipal de Palmela adianta que “as explicações que são dadas [pela administração do CHS] são ainda mais preocupantes”, acrescentando que “não é com a contratação de tarefeiros que se resolve um problema que é endémico”.

Álvaro Amaro reforçou, igualmente, que “o fecho de urgências e de especialidades começa a ser demasiado recorrente”.

Perante este cenário, as autarquias de Setúbal, Palmela e Sesimbra exigem um encontro com o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, para que se encontrem soluções que ponham, efetivamente, cobro às dificuldades que o Centro Hospitalar de Setúbal tem sentido para manter em funcionamento as urgências e diferentes serviços.

No conjunto dos três concelhos e também de áreas do Litoral Alentejano, o CHS serve uma população de 300 mil pessoas que estão a ser frequentemente privadas no acesso a cuidados básicos de saúde.

Num comunicado emitido no início da semana, Setúbal, Palmela e Sesimbra apontaram que a atual rotura resulta do não reconhecimento e desvalorização do papel central dos profissionais de saúde no funcionamento do SNS, evidente através dos “baixos níveis salariais, nas deficientes condições de trabalho e na estagnação da evolução das carreiras”.

Os municípios consideram “incompreensível a falta de integração de cuidados entre o CHS e o ACES Arrábida, que agrupa os serviços de cuidados de saúde primários”, apontando, ainda, “a necessidade de obras há muito identificadas” no Hospital de S. Bernardo, “para garantir a melhoria das condições de trabalho dos profissionais e do atendimento dos utentes”.

 

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