Caro munícipe, Cara munícipe,

O lançamento, em dezembro, da primeira pedra do Centro de Aprovisionamento Logístico da Decathlon em Setúbal é, em particular no complexo momento de crise e recessão em que vivemos, uma excelente notícia, seja qual for a perspetiva de que olhemos para ela.

Uma boa notícia que resulta do empenhamento da Decathlon, mas também da férrea vontade da Câmara Municipal de ter aqui este centro gerador de desenvolvimento.

Tudo fizemos, tudo faremos para que este enorme investimento de mais de trinta milhões de euros se concretize.

Tudo faremos para que este centro logístico que vai criar 420 postos de trabalho diretos e 500 indiretos seja, igualmente, uma boa notícia para que aqueles que ainda podem investir olhem para Setúbal como um destino privilegiado desses investimentos.

Temos uma enorme vontade de que assim seja.

Mais do que a vontade, temos total disponibilidade para criar as necessárias oportunidades para que mais e mais empresas aqui se instalem, como fez a Decathlon.

Este investimento assume, neste complexo momento, uma importância suplementar pela forte mensagem que transmite de que é com políticas de investimento, com arrojo que se conseguem vencer as dificuldades.

Acreditamos que podemos também fazer a diferença com os investimentos municipais que temos em curso e que resultam, numa boa parte, de candidaturas a fundos comunitários no valor de mais de cinquenta milhões de euros e que dizem respeito a obras que devem estar concluídas em 2012.

São investimentos geradores de mais qualidade de vida urbana, mais qualidade de vida para os cidadãos de Setúbal, mas são também investimentos
geradores de desenvolvimento económico e social.

Poder Local Democrático

No momento em que a autonomia do Poder Local Democrático é alvo do maior ataque de que há memória, é crucial assinalar a obra que as autarquias edificam.

A valorização do extenso trabalho que, em todo o país, milhares de autarcas promovem, com o apoio de estruturas técnicas qualificadas, é um imperativo perante a pouco dignificante diabolização do Poder Local que o atual Governo tem organizado.

Trinta e cinco anos de Poder Local Democrático já demonstraram a vitalidade e eficácia daquela que é a mais aperfeiçoada forma de democracia representativa, consubstanciada num municipalismo que congrega sensibilidades locais, regionais, políticas e ideológicas que convergem na defesa do bem comum a nível local.

Ainda que se possa admitir a possibilidade de ajustamentos, não é aceitável que se queira acabar com freguesias que são a base fundacional de concelhos como o de Setúbal em nome de uma reorganização que produzirá reduções de custos de duvidosa eficácia, até porque tais alterações, a concretizarem-se, apenas acontecem depois de 2013, no momento em que, diz o Governo, a economia nacional já deverá estar a recuperar.

O trabalho das autarquias, as mais-valias que produzem para as populações e para o desenvolvimento do país são demasiado importantes para que sejam alvo de ataques como aqueles a que assistimos.

Por isso, temos uma posição absolutamente contrária às propostas contidas no Documento Verde apresentado pelo Governo.

Maria das Dores Meira
Presidente da Câmara Municipal de Setúbal