A abertura oficial de “Antimonumentos – Esculturas de Virgílio Domingues – Doação à cidade de Setúbal”, marcada para as 16h00, conta com a presença do escultor e da presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, entre outras entidades.

Virgílio Domingues doou, em 2009, à cidade de Setúbal, a quase a totalidade da sua obra que não se encontra em museus ou coleções particulares, em protocolo assinado com a Autarquia, que se comprometeu a expor publicamente o espólio.

Em setembro de 2011, a Casa da Baía acolheu “Os Antimonumentos. Prefácio a uma exposição”, numa amostra do que agora é exposto ao público, a título permanente, na Galeria Municipal do Banco de Portugal.

O crítico de arte Rui Mário Gonçalves considerou o escultor “como o mais coerente e persistente, desde o final dos anos 50”, época em que a obra de Virgílio Domingues era uma “representação desproporcionada de partes do corpo humano”, proporcionando uma forma de “reentender a estrutura anatómica, exaltando-lhe a essencialidade”.

 

Na década de 60, o artista plástico “gerava suaves tensões entre o equilíbrio do gosto clássico e certo expressionismo sóbrio, simplificador das formas.”

Até que nos anos 70, “a subjetividade do escultor perante a realidade circundante” alterou-se tal como a “desproporção das partes anatómicas, até então percecionada em função da globalidade da figura”.

Virgílio Domingues, escreveu Rui Mário Gonçalves, “em vez de mulheres, passou a representar homens; em vez da nudez, observou as fatiotas; em vez da ternura, promoveu acusação”.

A exposição “Antimonumentos” pode ser vista no 1.º piso da Galeria Municipal do Banco de Portugal, de terça a sexta das 11h00 às 14h00 e das 15h00 às 18h00, ao sábado das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00 e ao domingo das 14h00 às 18h00.