“Escritos de juventude” reúne textos feitos pelo autor durante a adolescência, entre os 11 e os 19 anos, sendo que o mais antigo marca o início da sua atividade literária, há quarenta anos.

“Comecei a escrever com regularidade aos 11 anos. Deitei fora muitas coisas que escrevi e não gostei e o que consta no livro é tudo o que preservei dessa fase”, explica o autor.

O primeiro texto, que escreveu quando se encontrava a frequentar o 5.º ano, na EB Luísa Todi, é um pequeno romance, com dez capítulos, intitulado “Um velho com um espírito novo”.

“A professora de português sugeriu aos alunos que se aventurassem na escrita de um livro. Eu fui o único que levou a proposta até ao fim. Foram impressos quarenta exemplares, distribuídos pelos alunos e pelos professores da turma, dos quais eu ainda guardo três.”

A este romance António Galrinho juntou, no livro “Escritos da Juventude”, mais dois contos, “Antes do Suicídio” e “O Bairro Turístico”, o poema “A Lua” e um texto de escrita visual que retrata a rua onde vivia aos 19 anos, intitulado “A Minha Rua”.

Já a outra obra a apresentar durante a mesma sessão, "Através do Ar e da Luz", é um poema de cerca de sessenta páginas, em contínuo, que gera uma interação com o leitor e que pretende ser uma reflexão sobre a relevância da leitura.

“É um texto sobre o qual me debrucei muitas horas, porque é muito especial e original”, já que “o livro conversa com o leitor, dirige-se ao leitor como se fosse uma pessoa a falar com outra e diz-lhe, entre outras coisas, como deve ser tratado e como deve ser folheado”, conta o autor.

Entre frases escritas em espiral, em espelho ou ao contrário, a obra sugere pequenos jogos com o leitor e cada virar de página “guarda uma surpresa”.

António Galrinho é natural de Santarém e vive em Setúbal desde a infância. Foi professor de artes visuais no ensino secundário durante trinta anos. Atualmente, dedica-se à pintura, à escrita, à fotografia e ao aikido.

Em 2012, a Câmara Municipal de Setúbal atribuiu-lhe a Medalha de Honra da Cidade pelo “contributo em prol da cultura setubalense”.