Reunião da RMPA – Rede Metropolitana de Parques Agroalimentares - Quinta da Várzea

A Rede Metropolitana de Parques Agroalimentares, que visa a implementação de projetos que garantam a transição alimentar na região, reuniu-se no dia 25 de fevereiro, na Quinta das Várzea, para definir o plano de ação para 2022.


A Rede Metropolitana de Parques Agroalimentares (RMPA) surgiu por iniciativa de uma parceria entre a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, a Área Metropolitana de Lisboa e o Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, que constituíram um grupo de trabalho para estabelecer o âmbito de atuação e uma visão estratégica para a próxima década, no âmbito do Projeto ROBUST.

Este grupo é constituído por cerca de duas dezenas de instituições, entre autarquias, incluindo a Câmara Municipal de Setúbal, organismos da administração central e regional, academia, associações de desenvolvimento local e empresas, que partilham uma visão para a transição alimentar da região.

A RMPA assenta no planeamento e na gestão do sistema alimentar da região, funcionando através de uma plataforma colaborativa de entidades públicas e privadas que prosseguem princípios de sustentabilidade, com vista a uma alimentação segura, saudável, inclusiva e responsável.

A rede tem como meta assegurar que, em 2030, 15 por cento do aprovisionamento alimentar da Área Metropolitana de Lisboa se baseie em modos de produção sustentáveis, redes de distribuição de baixo carbono e circuitos alimentares de proximidade que cumpram com os critérios de inclusão e segurança alimentar

A reunião realizada em Setúbal, organizada pela Câmara Municipal e pela Direção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo (DRAPLVT), teve como objetivo a discussão do plano de ação da rede para 2022.

Na abertura da sessão de trabalho, em que marcaram presença a vereadora do Urbanismo, Habitação, Mobilidade e Fiscalização da Câmara Municipal de Setúbal, Rita Carvalho, o diretor regional adjunto da DRAPLVT, Rui Hipólito, e o diretor do Estabelecimento Prisional de Setúbal, Messias Pereira, foi feito um enquadramento da temática e objetivos desta rede, que visa a promoção da economia circular, a criação de emprego, a promoção da saúde e do bem-estar e o respeito pela equidade social.

A sessão incluiu uma visita guiada à Quinta da Várzea orientada por uma engenheira agrónoma, que deu a conhecer as diversas atividades agrícolas praticadas no espaço a cargo da Unidade de Regime Aberto do Estabelecimento Prisional de Setúbal, onde os reclusos se dedicam à exploração agrícola numa área com pomares, hortas e pecuária.

Este espaço integra ainda um talhão cuja produção agrícola se destina ao Banco Alimentar Contra a Fome e uma Unidade de Regime Aberto.

A visita incluiu uma passagem pela loja de venda ao público de produtos hortícolas cultivados na quinta, que criou uma marca própria, designada de Quinta da Várzea, com a qual se pretende diferenciar e promover a origem e qualidade dos respetivos produtos.

A Quinta da Várzea possui um conjunto de valores naturais e paisagísticos de especial relevância, evidenciando-se pela aptidão agrícola do solo integrado em Reserva Agrícola Nacional, bem como pelo elevado valor ecológico e enquadramento paisagístico que integra a área de Quintas de Setúbal.

A Câmara Municipal de Setúbal, no sentido de potenciar e valorizar este património natural, tenciona desenvolver, em parceria com a Direção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo, um conjunto de projetos no setor agroalimentar, nomeadamente a expansão da Rede de Hortas Urbanas, a implementação de um Parque de Experimentação Agro-Ecológica e iniciativas de valorização da dieta mediterrânica e dos circuitos curtos alimentares.