A escultura de cinco metros, concebida no âmbito do “Projeto.02 – Arte em Toda a Parte”, é constituída por 50 quilos de materiais reciclados a partir de duas toneladas de detritos, como embalagens e plásticos, entre outros, recolhidos por voluntários em ações de limpeza no Portinho da Arrábida e na Doca dos Pescadores.

“Esta é uma forma inovadora de fazer arte”, sublinhou a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, no dia 19, na cerimónia de inauguração da segunda criação do projeto de natureza artística promovido pela Immochan, com o apoio da Autarquia.

A autarca, ao enaltecer o trabalho dinamizado pelo coletivo de artistas “Skeleton Sea”, pela conversão de detritos em arte, classificando-a de “uma iniciativa louvável”, destacou a qualidade da escultura. “É uma reprodução muito fiel do animal”, um golfinho fêmea, batizado de “Bisnau”, que reside no Estuário do Sado.

Maria das Dores Meira realçou a importância da ação promovida pela Immochan, um projeto artístico que visa a conceção e exposição de um conjunto de criações em vários espaços públicos de Setúbal e que, posteriormente, integram a arquitetura do futuro Centro Comercial Alegro, em construção.

“É uma forma de interagir com as populações. Começou com os tapumes que embelezam a obra de betão que está a ser construída e continuou com esta escultura do golfinho”, frisou a edil setubalense, ao assinalar que esta criação terá uma “forte ligação com os munícipes”.

O diretor-geral da Immochan, Mário Costa, reforçou que este projeto, que alia “ações de limpeza ambiental à criação artística”, pretende criar “uma nova dinâmica na cidade, em proximidade com as populações. É um prazer dar este contributo à cidade”, adiantou.

O “Projeto.02 – Arte em Toda a Parte”, a dinamizar até ao final da obra de construção do Alegro Setúbal, previsto para o último trimestre de 2014, pretende sensibilizar a população para a importância da preservação do meio ambiente.

“Esta peça incentiva a criatividade e pretende passar uma mensagem de consciencialização”, indicou o artista João Parrinha, um dos elementos dos “Skeleton Sea”, juntamente com Luis de Dios e Xandi Kreuzeder. “É fundamental manter os oceanos limpos e respeitar a natureza.”

A ideia de batizar a peça, que levou um mês a ficar concluída, com o nome “Bisnau” surgiu depois de o coletivo de artistas ter conhecido Carlos Silva, vigilante da natureza que desempenha funções no Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas e que descobriu o golfinho após o seu nascimento.

O “Bisnau”, instalado à beira-rio na zona de entrada no Parque Urbano de Albarquel, numa plataforma suspensa, foi agraciado, no primeiro dia de exposição, com um duplo arco-íris que rasgou o céu deste espaço público situado entre a Arrábida e o Sado.

O “Projeto.02 – Arte em Toda a Parte” envolve a elaboração de mais obras, com a participação de vários artistas de âmbito nacional e local em diferentes eventos de cariz artístico.