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“Movimento Zebra”, projeto de formação teatral do Teatro O Bando, encerrou no dia 10, em A Gráfica – Centro de Criação Artística, a segunda edição da MAPS – Mostra de Artes Performativas de Setúbal, que decorreu em vários locais da cidade.


O espetáculo, que integrou o “Setúbal, Território Intercultural – Conceção e Implementação do Plano Municipal para a Integração de Migrantes”, decorreu no espaço do antigo Armazém de Papéis do Sado, instalado na Ladeira da Ponte de São Sebastião.

Performances, encontros, teatro e ópera nas ruas da Baixa e no centro histórico da cidade marcaram a MAPS – Mostra de Artes Performativas de Setúbal, entre os dias 4 e 10 de julho, com cerca de duas dezenas de espetáculos diários que exploraram diferentes expressões artísticas.

Esta segunda edição da MAPS, organizada pela Câmara Municipal de Setúbal, foi inteiramente composta por performances nacionais de múltiplas manifestações artísticas e dirigidas a vários públicos, com a liberdade, a igualdade e as questões de género, o consumo, o trabalho e a corporalidade como principais temas abordados.

O certame visa promover a interação, a fruição e a valorização do património através da apresentação de espetáculos que fomentam o acesso às artes, com a preocupação de assegurar a diversificação, a descentralização e a difusão da criação artística e de incentivar à captação de diferentes públicos.

A Gráfica – Centro de Criação Artística foi o palco principal do evento, com a apresentação, em estreia absoluta, de “Poema à Duração”, encenado por Jean Paul Bucchieri a partir do texto homónimo do austríaco Peter Handke, Prémio Nobel da Literatura em 2019, com interpretação de João Lagarto e colaboração dramatúrgica de David Antunes.

Pelo local passaram apresentações como a performance “Musculus”, de Beatriz Dias, e o espetáculo do compositor e multi-instrumentista Fernando Mota, “Photomatom”.

O espaço deu ainda palco às conversas “Programar em Espaços Não Convencionais” e “Ser artista emergente na linha do Sado” e foi casa da mostra imersiva “CTRL + ALT + ERROR”, narrativa entre passado, presente e futuro, através de um olhar saltitante das tribos primitivas da Amazónia à indústria do século XXI, entre o lixo e a floresta intocada e entre o sublime e o grotesco.

O espaço acolheu igualmente uma reflexão sobre o planeta Terra, as mudanças climáticas e o aquecimento global, por Rita Vilhena & Yael Karavan, no espetáculo “MA-MA”, e um eco da performance da dupla de artistas com a instalação com o mesmo título.

Ainda antigo Armazém de Papéis do Sado, Ana Rita Teodoro mostrou em “Fantôme Méchant/Assombro” como os fantasmas podem assombrar cantos tradicionais portugueses, e Tiago Bôto e Wagner Borges apresentaram a peça teatral “EX(AM)”.

A Praça de Bocage foi outro dos locais de encontro da MAPS, para a apresentação de “Asas d’Areia”, espetáculo/instalação da companhia sineense Teatro do Mar, que funde o vídeo documental e o concetual com o circo contemporâneo, nomeadamente a arte do equilíbrio, no arame e na corda bamba, a dança e as formas animadas.

O Jardim do Bonfim acolheu os espetáculos “Muita Tralha Pouca Tralha”, de Catarina Requeijo, “Sómente”, do Teatro Só, e a instalação-performance de Ricardo Campos, “Que Sabemos Nós da Multidão?”, apresentação que se repetiu ao longo da semana em A Gráfica e na Praça de Bocage.

A ópera também esteve em destaque na segunda edição da MAPS – Mostra de Artes Performativas de Setúbal, com o espetáculo “Que ninguém durma! Que ninguém durma!”, pela mão do maestro Jorge Salgueiro, que dirigiu instrumentistas e cantores do Ateliê de Ópera de Setúbal numa interpretação de árias pela Baixa e centro histórico da cidade.