As crianças puderam conhecer as espécies piscícolas através da interação com os vendedores das bancas de peixe, que, prontamente, as identificavam e esclareciam sobre as questões colocadas.

Além de terem ficado a saber mais sobre o funcionamento do emblemático espaço comercial, os alunos aprenderam noções sobre os benefícios do consumo de peixe em breves sessões informativas conduzidas pela nutricionista municipal Sandra Pedra.

Simultaneamente, pescadores presentes no recinto neste dia comemorativo explicaram o modo como decorre a atividade piscatória em Setúbal e ensinaram a remendar e a fazer redes de pesca com recurso às tradicionais agulhas de entrilhar.

O marítimo José Lopes revelou surpresa com o desempenho de certos miúdos. “Alguns têm jeitinho, vê-se logo pela posição deles”, salientou, visivelmente agradado por participar nas comemorações do Dia do Pescador, organizadas pela Câmara Municipal.

A efeméride incluiu, no Cemitério da Piedade, a habitual cerimónia de deposição de flores no Memorial ao Pescador Setubalense Desaparecido, pela presidente da Autarquia, Maria das Dores Meira, e pelo presidente da Associação da Família do Mar de S. Sebastião, Armando Oliveira.

Maria das Dores Meira homenageou “os homens que no exercício do seu labor perderam a vida” no mar, dedicando uma palavra especial aos casos em que os familiares não puderam “realizar um funeral condigno” por “não saberem do paradeiro do ente querido”.

A autarca anunciou a intenção da Câmara Municipal de erguer um monumento “em honra de todos os que desapareceram no mar”.

Para o antigo construtor de barcos de pesca José Fonseca, 88 anos, a cerimónia constituiu “uma bela forma de honrar os pescadores, numa terra que é feita deles”.

Depois da cerimónia evocativa, foi inaugurada a exposição “Territórios do Mar” no Mercado 2 de Abril, um trabalho da Autarquia em forma de fotorreportagem, com imagens de Mário Peneque, que representa, para o autor, “uma homenagem às pessoas que trabalham em terra para dar condições a quem se faz ao mar”.

Em vinte fotografias são mostradas, entre variadas atividades, os trabalhos de manutenção das embarcações e das redes, a limpeza das armadilhas de pesca e o convívio das gentes ligadas ao mar, sem faltar o retrato de uma refeição de polvo, pitéu tipicamente setubalense.