A perceção dos alunos do 3.º B da EB1/JI do Montalvão sobre as funções de um arquivo resumia-se no início da visita ao facto de servir para guardar “coisas” e “que sejam antigas”.

No final do passeio as crianças já sabiam que no Arquivo Municipal de Setúbal se guardam documentos antigos e recentes, além de que, noutros tempos, os SMS tinham como equivalente os telegramas, conceito de fácil apreensão, embora se tenha demorado um pouco mais a explicar que, na época, não era exatamente um computador que passava as mensagens para o papel.

Ao longo da manhã quatro turmas do ensino básico percorreram um roteiro que passou pelas instalações do Arquivo Municipal, pela entrada dos Paços do Concelho, onde se realizaram jogos didáticos sobre o 25 de Abril, e a Casa da Cultura, espaço que serviu para se ficar a saber um pouco mais sobre José Afonso através de diferentes atividades.

Telegramas, fotografias, jornais e vídeos foram alguns dos suportes que a pequenada ficou a saber serem úteis para se preservar a memória individual e coletiva.

O coordenador do Arquivo Municipal, Joaquim Moreira, que conduziu as visitas àquele serviço camarário, desafiou constantemente o pequeno público com perguntas que alternavam entre a utilidade de um arquivo e factos relativos à Revolução dos Cravos.

Para muitas das crianças, várias fotografias mostradas sobre o 25 de Abril não poderiam ter sido tiradas em Setúbal, uma vez que a revolução aconteceu “apenas” em Lisboa. Mito prontamente desmentido e esclarecido, com uma nova revolução a dar-se, desta vez na cabeça dos jovens aprendizes.