Presidentes da Câmara, André Martins, e das cinco juntas de freguesia reuniram com administração da Alsa Todi, a quem exigiram que garantam carreiras e horários.

O presidente da Câmara Municipal disse em 12 de setembro, depois de uma reunião com a administração da empresa responsável pela prestação de serviços de transportes públicos da Carris Metropolitana no concelho, “que não há mais tempo a perder” nem “mais condescendência na relação com este operador” a propósito das múltiplas deficiências registadas no serviço desde 1 de junho, quando a Alsa Todi assumiu a operação.


André Martins deu um prazo, até 16 de setembro, para que o operador da Carris Metropolitana no concelho informe que circuitos e horários garante.

A informação foi prestada pelo presidente da Câmara, André Martins, no final de uma reunião de cerca de uma hora e meia com representantes da administração da Alsa Todi nas instalações da empresa, na qual os autarcas entregaram uma carta reivindicativa a reforçar a sua preocupação com a qualidade do serviço de transporte público no concelho, prestado pela empresa enquanto operador da Carris Metropolitana.

Acompanhado pela vereadora com o pelouro do Urbanismo, Rita Carvalho, e pelos presidentes das cinco juntas de freguesia do concelho, André Martins adiantou que a 20 de setembro será realizada uma reunião pública com a população para avaliar se a empresa está a cumprir com as garantias que se comprometeu a dar no dia 16.

Apesar das explicações, que agradeceu, André Martins sublinhou haver “uma questão central” que ficou bem expressa, nomeadamente a necessidade de o operador dar “garantias de confiança aos setubalenses”, assegurando “o funcionamento dos autocarros nas linhas que estão estabilizadas e nos horários que é importante que sejam cumpridos”.

Por esse motivo, a exigência colocada pelos autarcas na reunião foi de que a Alsa Todi tem de os informar “até ao próximo dia 16” sobre “as linhas que são garantidas de funcionamento de autocarros nos horários, que serão também atualizados” até essa data, havendo uma especial preocupação com a circulação dos autocarros escolares, no sentido de que os seus circuitos e horários sejam assegurados.

“O compromisso é que até ao dia 16 nós vamos ter esta informação. Aguardamos que no dia 16 tenhamos essa informação, para a poder divulgar, e no dia 20 fazermos uma reunião pública com a população, para avaliarmos a credibilidade desta informação que hoje aqui eximos a este consórcio. Ou seja, que o que nos foi dito que era garantido em circuitos e horários está a acontecer”, disse o autarca.

No encontro, os autarcas entregaram aos administradores da Alsa Todi uma carta reivindicativa em que manifestam especial preocupação com as deficiências registadas no funcionamento dos transportes públicos, em particular no momento em que se inicia mais um ano letivo.

As autarquias do concelho apontam, nesta carta, a necessidade de suprir as deficiências verificadas e garantir o funcionamento do serviço com qualidade em todas as carreiras e, em especial, nas que servem os estabelecimentos de ensino.

O documento salienta que em 1 de agosto as autarquias de Setúbal já tinham manifestado “enorme preocupação” com a qualidade do serviço, iniciado em 1 de junho, e sublinha que o seu arranque “ficou marcado por falhas e deficiências, ainda não totalmente resolvidas, que põem em causa, de forma inaceitável, a vida de todos os utentes desta rede de transportes públicos”.

Os autarcas consideram que, “passado mais de um mês”, os motivos de preocupação “mantêm-se e agravam-se”, uma vez que se “continuam a verificar inaceitáveis deficiências na prestação do serviço”, sublinhando que o ano letivo está a começar e “é obrigatório que os serviços de transportes públicos prestados pela operadora funcionem de acordo com o que foi contratualizado com a empresa Alsa Todi”.

Entre as falhas no serviço, são apontados “percursos que não estão a ser realizados e horários que não são cumpridos”, a “falta de informação pública”, o não funcionamento do “sistema de controlo que permite verificar em tempo real a localização dos autocarros”, a ausência dos “prometidos painéis de informação” e a “falta de colocação de horários nas paragens”.

Considerando que há uma “violação sistemática e permanente do contrato estabelecido com a TML – Transportes Metropolitanos de Lisboa, a entidade gestora da Carris Metropolitana, com sérias e preocupantes consequências na vida quotidiana de muitos milhares de pessoas”, os autarcas exigem “a urgente normalização da prestação dos serviços de transportes públicos pela Alsa Todi” e o “rigoroso cumprimento” do contrato.

“Lamentamos que tenhamos de exigir o cumprimento de um serviço para o qual a operadora se deveria ter preparado e sobre o qual conhecia todos os detalhes e exigências, o que evidencia, cabalmente, que estamos perante uma situação absolutamente anormal que implica que sejam acionados os mecanismos contratualmente previstos de penalização da empresa”, refere a carta.