Maratona Saramaguiana, evento realizado na Biblioteca Pública Municipal, inserido nas comemorações do centenário de José Saramago em Setúbal.

Uma maratona de leitura de textos de José Saramago, com espaço e tempo para ler e conhecer o Nobel da Literatura e o seu legado, envolveu, em 19 de novembro, um grupo de autores setubalenses na Biblioteca Pública Municipal.


Três dias depois da data em que se celebrou o centenário do nascimento do autor, a Maratona Saramaguiana, organizada pela Câmara Municipal, decorreu ao longo de todo o dia e incluiu a atuação do Grupo Coral de Cante Alentejano “Os Amigos dos Sadinos” e a participação da vice-presidente da autarquia, Carla Guerreiro, que leu um trecho de “A Maior Flor do Mundo”.

Carla Guerreiro agradeceu à associação PICA – Projeto de Intervenção, Cultura e Artes por ter lançado à Câmara Municipal o desafio de realizar a Maratona Saramaguiana. “Queria agradecer por nos terem lançado este desafio para estarmos hoje aqui todos juntos com uma coisa que nos une, o gosto pela leitura de Saramago”, disse, considerando que José Saramago tinha “uma escrita singular”.

Nascido a 16 de novembro de 1922, em Azinhaga, Golegã, o vencedor do Prémio Nobel da Literatura em 1998 e do Prémio Camões em 1995, é alvo de uma homenagem a nível nacional ao longo de 2022, o ano do seu centenário, sendo as comemorações em Setúbal resultado de uma parceria entre a Fundação Saramago e a Câmara Municipal.

Em Setúbal, o programa das comemorações inclui exposições, cinema, tertúlias, instalações artísticas, concertos, teatro e várias outras atividades evocativas de José Saramago enquanto escritor e cidadão com uma marca vincada na sociedade.

O dia do centenário do nascimento do escritor foi assinalado na cidade com o descerramento de uma placa comemorativa, com a frase “Que seria de nós se não sonhássemos?”, do romance “Memorial do Convento”, e a apresentação de duas peças de teatro, “À Boca Fechada”, pelo TAS – Teatro de Animação de Setúbal, e “Caim ou a Divina Cegueira”, pelo Teatro Estúdio Fontenova.

A placa, que evoca o nome e a obra do único português vencedor do Prémio Nobel da Literatura, foi colocada junto de uma oliveira plantada a 18 de junho na Avenida Luísa Todi, em frente ao Mercado do Livramento, numa iniciativa do Teatro Estúdio Fontenova, com a colaboração da Câmara Municipal, por ocasião dos 12 anos sobre a morte de Saramago, ocorrida em 2010, aos 87 anos

Dedicada ao público escolar, “Quem Quer Ser Saramago”, pela Andante Associação Artística, inserida no ciclo “Não Tenhamos Pressa, mas não Percamos Tempo”, da Trimagisto, subiu ao palco na Escola Secundária Sebastião da Gama igualmente no dia do centenário.