Vereador da Câmara Municipal de Setúbal, Pedro Pina, na abertura do I Encontro Nacional de Serviços Educativos de Bibliotecas e Museus.

O vereador da Câmara Municipal de Setúbal Pedro Pina destacou em 7 de novembro a importância da partilha das boas práticas e do conhecimento, na abertura do I Encontro Nacional de Serviços Educativos de Bibliotecas e Museus, organizado pela autarquia.


“Tantas vezes olhamos para nós, os nossos serviços, o nosso trabalho e estes momentos são momentos de parar, refletir e, acima de tudo, de ouvir as boas práticas, ouvir aquilo que outros têm para nos ensinar, para partilhar o seu conhecimento”, disse o vereador da Cultura no Cinema Charlot – Auditório Municipal, recordando que o encontro já estava programado, mas a sua realização foi impossibilitada pela pandemia.

Após considerar o exercício das boas práticas e a partilha do conhecimento fundamentais “para acrescentar valor”, Pedro Pina defendeu a importância que estas áreas têm na vida coletiva, “sobretudo numa perspetiva e numa componente educativa, nomeadamente para a questão dos novos públicos ou da formação de públicos”.

O autarca salientou “o esforço desafiante” que a Câmara de Setúbal, bem como outras autarquias e entidades, enfrenta para dotar as bibliotecas e museus de ferramentas digitais e recordou que em 2023 o serviço educativo dos museus municipais de Setúbal comemora 40 anos de existência, os quais “têm valido a pena” por a oferta ser muito “diversificada” e Setúbal gostar de a partilhar.

O I Encontro Nacional de Serviços Educativos de Bibliotecas e Museus foi encerrado pela vice-presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Carla Guerreiro, que considerou que os serviços educativos das bibliotecas e museus, bem como dos arquivos, são “diversos centros culturais” e “fulcrais na diversidade cultural e na oferta que fazem ao público-alvo”.

Carla Guerreiro acrescentou que estes serviços educativos são ainda “agentes com uma missão educativa, embora não-formal, mas com a responsabilidade de se adaptarem às necessidades de novas gerações, na mudança, no dinamismo e nas transformações quase imediatas que caraterizam as sociedades atuais em permanente crescimento”.

Antes, a primeira oradora, Carla Bandeira, da Câmara Municipal de Gondomar, abordou o tema “O Presente e o Futuro: Os Serviços Educativos nas Bibliotecas”, recordando que a Rede Nacional de Bibliotecas Públicas foi criada em 1987, na sequência do Manifesto da Leitura Pública em Portugal, de 1983, o qual chamou a atenção de governo e autarquias para as deficiências que a leitura pública registava no país.

Segundo a palestrante, a rede nacional foi criada com três pressupostos – a existência de leitura domiciliária, de livre acesso às estantes e de recursos humanos especializados – e abriu as bibliotecas à comunidade, com espaços abertos e vários serviços, entre outros, infantil, adultos, multimédia, exposições e concertos.

O primeiro painel foi completado com a apresentação do tema “Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea: apreendemos juntos há 25 anos”, por parte Mário Campos, Sílvia Moreira e Ana Sofia Godinho, responsáveis pelo serviço educativo daquele equipamento da Câmara Municipal de Almada.

No segundo painel, o tema “Biblioteca: Era uma vez…/a ler, a brincar, a criar, a envolver, a partilhar…” ficou a cargo de Ana Sofia Marques e Mónica Sousa, animadoras de leitura na Biblioteca Municipal de Setúbal, as quais abordaram as diversas atividades realizadas naquele equipamento com o objetivo de formar novos leitores, entre as quais se conta o Clube de Leitura de Verão, para crianças e jovens dos 8 aos 17 anos.

José Luís Catalão e Leonor Soares, chefe do Gabinete de Promoção e Divulgação do Património Histórico e Cultural e técnica do Serviço Educativo da Câmara Municipal de Setúbal, respetivamente, expuseram o tema “Museus Municipais de Setúbal – 40 anos de serviço educativo”, abordando o trabalho realizado na área da educação patrimonial.

Foi recordado que o serviço educativo do Museu de Setúbal/Convento de Jesus foi criado em 1983, numa altura em que aquele equipamento não tinha público nem era visitado pelas escolas, optando-se então por estratégias simples com base na história do edifício e em histórias tradicionais adaptadas ao espaço, que tinha servido como convento de freiras e hospital.

Maletas pedagógicas, o Projeto História ao Vivo e Gincanas Culturais foram utilizados para levar o museu à comunidade e suscitar o interesse pelo conhecimento do património, num concelho que hoje conta com uma alargada rede de museus e galerias municipais.

Nos quatro painéis participaram essencialmente técnicos municipais, de várias autarquias, mas, no terceiro, houve igualmente a presença de uma representante do Museu do Dinheiro, Daniela Viela, que abordou o tema “Medições culturais: Da Pessoa ao virtual no Museu do Dinheiro”.

O terceiro e último painel da manhã incluiu ainda a abordagem de César Salazar, da Câmara de Alcobaça, sobre “A Capacitação como meio de chegar a bom porto”, seguindo-se um primeiro debate.

À tarde, no quarto painel, o tema “Museu Municipal de Penafiel – um Serviço Educativo, muitas memórias, muitas estórias” foi exposto por Rosário Marques e Sónia Rodrigues, da Câmara de Penafiel, e o tópico “Gaia Inclusiva enquanto agente dinamizador no panorama da Leitura em formatos acessíveis” foi apresentado por Susana Vale, da Câmara de Vila Nova de Gaia.

O encontro terminou com a conferência intitulada “Serviços Educativos na Rede de Museus do Algarve: desafios e mais-valias do trabalho em rede”, na qual a Rede de Museus do Algarve partilhou a sua experiência, seguindo-se novo debate.