“Setúbal é um espaço de grande biodiversidade que importa proteger”, vincou a autarca na abertura do encontro, realizado na Casa da Baía, que serviu para adiantar resultados do plano de ação para a salvaguarda e monitorização a população de roazes do Estuário do Sado.

A “aposta nas riquezas naturais” da região constitui um fator de “desenvolvimento do Concelho”, referiu a autarca na iniciativa, realizada no âmbito do Dia Internacional da Diversidade Biológica, este ano subordinado à “Biodiversidade Marinha”, com organização do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade e apoio da Autarquia.

Maria das Dores Meira, ao frisar que “o Sado e a Arrábida são locais de excelência para celebrar a Natureza”, realçou a importância de “discutir estratégias de gestão do território” e “desenvolver instrumentos que valorizem o património”, sublinhando que a Câmara Municipal está “sempre disponível para reforçar parcerias” que visem este objetivo.

A autarca enalteceu o trabalho que está a ser preparado para tornar o “Bem” Arrábida em Património Mundial Misto da Humanidade. Reconheceu ainda o “esforço realizado por várias empresas na minimização de efeitos nocivos no rio Sado”, admitindo, contudo, que “continua a haver algumas ameaças” por eliminar.

O secretário de Estado Daniel Campelo, presente na sessão, anotou e elogiou a “vontade do Município em partilhar as responsabilidades de gestão e proteção de áreas com uma grande biodiversidade” e sublinhou a necessidade de “uma cidadania ativa” para a manutenção desta riqueza natural.

“Setúbal é um santuário da biodiversidade”, salientou o governante, que classificou o plano de ação para os roazes do Sado como “um bom exemplo daquilo que é necessário fazer para preservar a diversidade biológica”.

No encontro foram divulgadas as linhas orientadoras do plano de ação que está a ser desenvolvido para travar o declínio da comunidade de golfinhos que habita o Sado, composta por 27 animais.

“Elegemos os golfinhos roazes para celebrar este dia pela importância desta comunidade”, destacou a presidente do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, Paula Sarmento, revelando que esta constituiu uma oportunidade para apresentar “os resultados de um ano de trabalho [plano de ação] como forma de envolver os vários agentes” presentes na iniciativa.

Na apresentação de resultados preliminares, foram destacadas as principais ameaças, intrínsecas e exteriores, que afetam a comunidade de golfinhos roazes, que, em 1986, chegou a contar com quatro dezenas de espécimes.

Algumas das ações já implementadas e outras que estão a ser desenvolvidas no âmbito deste projeto foram, igualmente, apresentadas por responsáveis de entidades que trabalham em parceria com o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade para proteger e recuperar a população de golfinhos.

A monitorização do tráfego marítimo, o estudo do ambiente acústico subaquático e a monitorização da atividade de pesca no Sado foram algumas das ações apontadas, todas elas visando a minimização dos impactes negativos na comunidade de golfinhos.

As interações entre a população de roazes do Sado e outras populações costeiras de cetáceos foi outro dos projetos apresentados do plano de ação para a salvaguarda e monitorização a população de roazes do Estuário do Sado, com um total de 106 ações, 36 por cento já realizadas.

Outras informações sobre este programa dedicado a estes animais podem ser consultadas no sítio http://roazesdosado.icnb.pt.

Após o encontro na Casa da Baía, a ministra do Ambiente, Assunção Cristas, juntou-se aos participantes num passeio no galeão Pego do Altar de observação dos golfinhos do Sado

A tarde solarenga e a boa disposição marcaram a viagem, de cerca de duas horas, onde foi possível observar o recorte único da paisagem da Arrábida e a orla costeira de Setúbal.

As atenções centraram-se no azul do Sado com o aparecimento de elementos da comunidade de roazes, incluindo os mais novos, as duas crias nascidas em 2011, que constituem uma nova esperança na continuidade desta espécie na região.