Os acordos de entendimento, um com a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, que regula a gestão e exploração das praias de Albarquel e da Esguelha, o outro com a Agência Portuguesa do Ambiente, que transfere para o município competências na gestão das praias do Portinho, Creiro, Galapinhos, Galapos e Figueirinha, “permitem investimentos municipais de mais de 3,6 milhões de euros”, revelou a presidente da autarquia, Maria das Dores Meira.

Além disso, sublinhou a autarca, os protocolos, assinados no Forte de São Filipe, permitem, “acima de tudo, um olhar mais próximo, mais atento, sobre as praias e melhores condições” para todos os que as frequentam.

“Depois de tantos anos de solicitação, isto é um feito para nós. Por isso, agradeço profundamente a estas duas entidades que nos deram ouvidos, finalmente, o que comprova que, quando as administrações têm vontade, as coisas acontecem.”

Maria das Dores Meira garante que a Câmara Municipal vai “mesmo intervir nestas praias, conferindo-lhes mais e melhores qualidades compatíveis com o estatuto que sempre tiveram e que é cada vez mais reconhecido”.

O protocolo assinado com a Agência Portuguesa de Ambiente para a delegação de competências na autarquia sadina da gestão das praias do Portinho, Creiro, Galapinhos, Galapos e Figueirinha incide em matérias relacionadas com apoios de praia e equipamentos.

Assim, será possível à Câmara Municipal concretizar investimentos como os que estão previstos para a Figueirinha e que incluem a requalificação do esporão, que será transformado em passeio pedonal com zonas de estadia e ligação ao espaço marginal, o reforço da limpeza dos espaços de acesso à praia, em colaboração com a União das Freguesias de Setúbal, e a melhoria dos espaços exteriores de estadia com a colocação de mobiliário urbano novo.

Em Galapos, será promovido o reforço da limpeza urbana e do número de equipamentos de recolha de resíduos ali instalados.

Já no Portinho da Arrábida, segundo a presidente da autarquia, “os investimentos são variados e podem resultar numa alteração bastante significativa da qualidade urbana daquela zona ”.

A construção de um novo cais de apoio à náutica de recreio, com capacidade para servir também embarcações que venham a fazer carreiras regulares para o Portinho, depois de elaborado um novo regulamento de exploração das acessibilidades, é o principal investimento nesta praia.

O arranjo da área pedonal adjacente ao cais, com a implantação de áreas de estadia com mobiliário urbano adequado, a reformulação da iluminação pública para reforço da segurança e iluminação do local e a repavimentação e reorganização do parque de estacionamento são outras ações a realizar.

Está ainda previsto o reforço da limpeza urbana e dos equipamentos de recolha de resíduos instalados, com a instalação de uma ilha de resguardo.

Na Praia da Gávea, a autarquia pretende ordenar o estacionamento e acessibilidades, melhorar a rampa de acesso para a náutica de recreio, substituir as escadas de acesso ao areal e proceder à alimentação artificial do areal.

Quanto ao protocolo assinado com a APSS, trata-se de um documento que regula a gestão e exploração das praias da Albarquel e Esguelha, através da transferência de competência para a Câmara Municipal, durante um período de trinta anos, com uma compensação anual abatível nos investimentos a realizar pelo município.

Maria das Dores Meira ressalva que este protocolo caduca automaticamente “a partir do momento em que seja regulamentada a tão esperada alteração da dominialidade das áreas portuárias sem uso portuário para a gestão municipal”, algo que a autarquia aguarda “com alguma ansiedade”

Este acordo permite promover, “finalmente”, a uniformidade urbanística das praias da Albarquel e Esguelha e construir um passadiço marítimo de ligação ao Parque Urbano de Albarquel.

A autarca considera que este projeto é “fundamental para aliviar o fluxo rodoviário naquela zona, já que as pessoas podem ir a pé do Parque Urbano para a praia”.

O protocolo permite ainda avançar com o ordenamento dos acessos pedonais e outros modos suaves de mobilidade, o melhoramento das condições e ordenamento da acessibilidade, estacionamento e circulação viária e a renaturalização de espaços degradados.

A autarquia pretende ainda substituir o pavimento do acesso e proceder ao reordenamento do mesmo, bem como disciplinar o estacionamento existente com sinalização vertical e horizontal e implementar medidas que permitam a melhoria da circulação viária.

Além disso, será concretizada a delimitação de uma área pedonal de acesso à praia e criado um corredor dedicado para a utilização regular de transporte público para o acesso à zona balnear.

A autarquia vai ainda instalar sanitários de uso público, mobiliário urbano de fruição adequado e melhorar a acessibilidade a pessoas com mobilidade reduzida, através da instalação de passadeiras e da aquisição de uma cadeira anfíbia.

“Vamos assistir a uma verdadeira revolução tranquila nas praias”, que, “mantendo todas as suas características, vão passar a ter um conjunto de equipamentos e meios de acesso melhorados que em muito vão beneficiar quem lá vai”, garante a edil.

Para o vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, António Sequeira Ribeiro, o protocolo celebrado com a Câmara Municipal de Setúbal concretiza a política defendida por esta entidade de entregar a gestão destas matérias ao poder local.

“É fundamental que quem está no terreno e mais próximo da população tenha poder para resolver as situações. Não faz sentido de outra forma.”

O responsável não tem dúvidas de, com a gestão da Câmara Municipal, Setúbal vai continuar a ter “das melhores praias dos país, reconhecidas internacionalmente, como foi o caso recente de Galapinhos ter sido considerada a melhor da Europa”.

Também a presidente da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, Lídia Sequeira, considera que as praias de Albarquel e Esguelha “ficam em melhores mãos” a partir de agora, pois a autarquia conseguirá desenvolver investimentos e fazer uma “excelente gestão”.