Câmara Municipal retirou vedações do Parque de Merendas da Comenda, para repor legalidade e devolver o espaço à população.

A Câmara Municipal retirou em 16 de janeiro as vedações instaladas em redor do Parque de Merendas da Comenda, para, como afirmou o presidente André Martins, repor a legalidade e devolver à população o usufruto daquele espaço.


“São vedações ilegais e nós não queremos que a ilegalidade exista no nosso município. Por outro lado, estas vedações impediam as populações de usarem um espaço que é considerado público. Portanto, a partir de hoje as populações podem usufruir do espaço público. É isso que está hoje aqui em causa”, disse o autarca, salientando que a Agência Portuguesa do Ambiente considerou a área do domínio público hídrico.

Mais de um ano depois de terem sido instaladas, a vedações foram retiradas por uma equipa de 60 trabalhadores municipais, numa ação, acompanhada pela GNR, em que estiveram presentes o presidente da Câmara, os vereadores Carlos Rabaçal, Pedro Pina e Rita Carvalho e os presidentes da União das Freguesias de Setúbal e da Junta de Freguesia de São Sebastião, Rui Canas e Nuno Costa.

“A Câmara Municipal age de acordo com as suas competências. Por um lado, retirando as vedações. Por outro, garantindo às populações o usufruto deste espaço, que foi utilizado durante dezenas de anos”, referiu o presidente da Câmara.

Depois de salientar que a Câmara Municipal cumpre as leis e pretende que todos façam o mesmo no município, André Martins recordou que a autarquia levantou autos, cumpriu com “todos os processos que a lei obriga” e, “passado o tempo necessário”, notificou a empresa proprietária da Herdade da Comenda para retirar as vedações de forma voluntária.

“Tiveram tempo para isso, não o fizeram, a Câmara Municipal está cá para levantar as vedações”, referiu, manifestando a sua satisfação por, “passado mais de um ano”, a autarquia ter “conseguido cumprir” a promessa feita às populações de fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para que pudessem voltar a usufruir do Parque de Merendas.

Segundo o presidente da Câmara, os responsáveis da empresa “fizeram tudo até poderem”, no quadro legal, para evitar a intervenção da autarquia, pelo que esta teve de “esperar até se cumprirem os prazos todos” antes de atuar.

A ação concretizada em 16 de janeiro aconteceu depois de a Câmara Municipal ter passado uma semana em diálogo com a Direção-Geral do Património Cultural, para que “fossem tomadas as medidas julgadas necessárias” no sentido de que, com a retirada das vedações, as escavações arqueológicas feitas no local e os eventuais achados não ficassem em risco.

“Não estamos interessados em que haja problemas em relação aos achados arqueológicos, se os houver”, disse o autarca. “Por outro lado, os buracos que estavam aqui também podiam pôr em risco as populações que usufruíssem deste espaço. Felizmente que alguém tomou a iniciativa de tapar os buracos do outro lado da ribeira [nascente]. Deste lado [poente] ainda ficaram expostos, mas os nossos serviços vão deixá-los protegidos para que não haja problemas.”

André Martins garantiu que o Parque de Merendas da Comenda, no qual vão ser recolocados os equipamentos municipais entretanto retirados pela empresa, pode voltar a ser usufruído pelas populações, por se tratar de um espaço público, considerado de domínio público hídrico pela Agência Portuguesa do Ambiente.

“É isso que nós estamos aqui a repor hoje”, salientou, admitindo, no entanto, que o litígio com a empresa proprietária da Herdade da Comenda prossegue e “os tribunais e os advogados hão de continuar a desenvolver todo um trabalho no sentido de terminar este processo”.

Além dos processos interpostos pela Câmara Municipal, o autarca disse ter a informação de que “outras entidades também têm” processos levantados. “Há também que deixar correr os prazos e, quando chegar à altura, atuaremos sempre para que essas intervenções que não são legais sejam repostas no quadro legal. Os nossos advogados estão a acompanhar todos esses processos e, portanto, a cumprir a lei.”