A concertação de uma estratégia para servir um renovado ciclo de investimentos e desenvolvimento para a Península de Setúbal, nas áreas da pesca, turismo e património, foi destacada a 24 de fevereiro pela vice-presidente do município setubalense, Carla Guerreiro, numa ação promovida pela ADREPES.


A Associação de Desenvolvimento Regional da Península de Setúbal (ADREPES) está a ultimar uma candidatura ao Programa MAR 2030, com o objetivo de captar mais financiamento, canalizado através de três fundos europeus, para projetos a implementar em zonas costeiras e estuarinas da Península de Setúbal.

Para assegurar esta captação destes novos apoios de financiamento, foi concebida a Estratégia de Desenvolvimento Local de Base Comunitária Costeira, com as áreas temáticas de “Pesca e Aquicultura”, “Turismo” e “Património Natural e Cultural”, desenvolvida pela ADREPES com os vários parceiros e comunidades locais.

A candidatura com esta estratégia de desenvolvimento costeiro, com um potencial de financiamento comunitário estimado em mais de 4,7 milhões de euros, a submeter no início da próxima semana, é operacionalizada através do Grupo de Ação Local Costeiro 20-30, constituído por 46 parceiros, incluindo a Câmara Municipal de Setúbal.

A criação deste Grupo de Ação Local para o desenvolvimento costeiro da região foi formalizada na tarde de 24 de fevereiro, em cerimónia realizada no Roof 61 do Fórum Municipal Luísa Todi, com a assinatura do protocolo de cooperação e parceria entre as entidades – 30 privadas e 16 públicas – envolvidas no projeto.

“Queremos, por esta via, concertar uma estratégia que sirva um renovado ciclo de investimentos e desenvolvimento para a Península de Setúbal”, afirmou a vice-presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Carla Guerreiro, ao elogiar a importância da ADREPES enquanto agente “catalisador de desenvolvimento” na região.

Um trabalho realizado há mais de duas décadas por esta associação e que se tem traduzido, sublinhou a autarca, “na procura permanente, e em articulação com os agentes locais, de formas inovadoras e distintivas que contribuam para a criação de valor e desenvolvimento, melhoria da qualidade de vida e capacitação das pessoas”.

Carla Guerreiro realçou ainda que estas ações têm igualmente reflexo no reforço da competitividade do tecido empresarial, na preservação do património ambiental e na promoção da identidade cultural, concretamente com a “modernização, inovação e valorização das atividades tradicionais e dos produtos endógenos”.

Joaquim Carapeto, presidente da ADREPES, disse que a candidatura com a Estratégia de Desenvolvimento Local de Base Comunitária Costeira, constitui “um marco extremamente importante”, a qual assenta “numa lógica de intervenção que tem vindo a ser desenvolvida nos últimos anos”.

Este responsável frisou ainda que esta estratégia de desenvolvimento materializa “um instrumento de base territorial que permite um olhar mais alargado do território em diferentes dimensões”, no qual estão refletidas um conjunto de necessidades e potenciais ações de investimento.

A candidatura a submeter pela ADREPES para capação de financiamento no âmbito do Programa MAR 2030 engloba doze freguesias dos concelhos de Setúbal, Sesimbra, Moita, Alcochete, Montijo e Almada, num território com um total de 560 quilómetros quadrados e que abrange mais de 196 mil habitantes.

No caso do concelho de Setúbal, são abrangidas por esta candidatura as freguesias do Sado e de Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra, assim como o território da União das Freguesias de Setúbal.

No que respeita à área da “Pesca e Aquicultura” há propostas como a valorização e certificação do pescado, a despoluição de áreas com maior acumulação de detritos e resíduos, a melhoria das embarcações de pesca com aposta em equipamentos meno0s poluentes e o incentivo à construção naval.

Na vertente de “Turismo”, as ações podem passar pela criação de roteiros turísticos que promovam uma oferta integrada do território, pela aposta na criação da Marca “Arrábida” como elemento identitário do território, pela melhoria das infraestruturas de apoio às atividades náuticas e pela na descarbonização de embarcações turísticas.

Já na componente de “Património Natural e Cultural” cabem ações como a reativação de salinas como recurso produtivo, ambiental, pedagógico e turístico, a articulação intermunicipal na salvaguarda e valorização do património, e na sistematização da informação e a recuperação de embarcações tradicionais.