“Este é um espaço cheio de significado e que transporta os ideais de Abril que hoje [dia 25] celebramos”, destacou a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, numa visita às obras da Casa da Cultura, integrada nas comemorações locais da Revolução dos Cravos.

Nesta iniciativa, a população teve um primeiro contacto com o futuro equipamento, criado com o intuito de se afirmar como um polo de concentração de diferentes valências culturais e sociais, gerador de novas dinâmicas de animação urbana, para setubalenses e visitantes.

“A Casa da Cultura vai ter muita qualidade e é mais uma obra para a população”, vincou Maria das Dores Meira. “Gostaríamos de já ter inaugurado este espaço, mas devido à complexidade das intervenções tal não foi possível”, explicou a autarca, recordando a importância histórica do edifício, localizado na Rua Detrás da Guarda, junto da Praça de Bocage, e sede do antigo Círculo Cultural de Setúbal.

Uma galeria de exposições, concebida para a apresentação de uma ou duas mostras em simultâneo, apoiada por uma oficina de projeto e preparação das mesmas e por uma área de arquivo dos materiais associados às mostras, e um Café das Artes, que funcionará como café-concerto e espaço para colóquios, debates e encontros, são duas valências a instalar no rés do chão.

Ainda no piso térreo, as obras permitiram recuperar um antigo espaço ao ar livre, localizado perto do Café das Artes, que passa a ser designado “Pátio do Dimas”, em homenagem a Dimas Pereira, personalidade setubalense e resistente antifascista, um dos fundadores, com José Afonso e outras personalidades, do Círculo Cultural de Setúbal.

O novo equipamento contempla ainda a instalação no piso térreo da Casa Municipal da Juventude, um serviço destinado ao desenvolvimento de atividades de informação, de formação e de projetos para os mais novos.

Um Centro de Documentação, Estudo e Promoção da Canção Popular Portuguesa, a cargo da Associação José Afonso, e um Espaço das Artes, para realização de exposições, workshops e ateliers no domínio das artes plásticas, da responsabilidade da Artiset – Associação de Artistas Plásticos de Setúbal, e um Auditório Multiusos, denominado José Afonso, ficam instalados no primeiro andar.

A futura Casa da Cultura inclui ainda a criação de uma Escola de Música, no segundo andar, apoiada por áreas específicas, incluindo duas salas de ensaios e três para ensino de música, dinamizado pela Sociedade Musical Capricho Setubalense. Esta zona do segundo piso inclui um estúdio de gravação, com régie e gravação de voz.

No segundo piso está também previsto um espaço para o Centro de Estudos Bocageanos, entidade que desenvolve intensa atividade na promoção da vida e obra de Bocage.

A oportunidade de criação da Casa da Cultura advém do cruzamento entre a desvitalização funcional progressiva do edifício onde funcionou, a partir de 1975, o Círculo Cultural de Setúbal – instituição fundada em 1969 – e a expectativa de algumas estruturas associativas da cidade relativamente à obtenção de melhores condições para qualificar e alargar as suas atividades.  

A manutenção das principais características arquitetónicas do edifício é uma preocupação central deste projeto, que inclui a restauração de painéis de frescos existentes num espaço identificado como salão nobre, no primeiro piso, e a manutenção e conservação de paredes e arcadas de janelas.

“Tentámos manter ao máximo alguns dos mais relevantes traços históricos do imóvel”, adiantou o arquiteto responsável pelo projeto, Gonçalo Silva, reforçando que os novos materiais aplicados, ao nível de reforço estrutural, infraestruras e acabamentos, “são de grande qualidade e para durarem largos anos”.

Entre os elementos da arquitetura antiga preservados destacam-se as grossas paredes em pedra e argamassas, assim como algumas soluções de consolidação estrutural arcaicas, como a técnica da cruz de Santo André. Não obstante, todo o imóvel foi alvo de reforços estruturais com as mais recentes técnicas de construção civil, incluindo infraestruturas antissísmicas.

Os espaços interiores do imóvel foram totalmente remodelados de forma a acolher os novos serviços e valências culturais. Já o último piso, alvo de intervenções mais complexas que permitiram ampliar o espaço, apresenta um estilo mais contemporâneo. 

As intervenções no edifício onde fica a Casa da Cultura contemplam, igualmente, a melhoria das acessibilidades, sendo instalado um elevador central que atravessa os três pisos do imóvel.

Cravo. 25 de Abril

COMEMORAÇÕES DO 25 DE ABRIL

TRANSMISSÃO EM DIRETO
DA SESSÃO SOLENE DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL

25 de Abril . 10h00 . Fórum Municipal Luísa Todi

Cravo. 25 de Abril