Centenário do S. Domingos Futebol Clube | Foto da Junta de Freguesia de São Sebastião

O São Domingos Futebol Clube foi distinguido com a Medalha de Prata da Cidade, no dia em que assinalou o seu centésimo aniversário.


Uma restrita cerimónia de entrega da Medalha de Honra da Cidade, realizada no Salão Nobre dos Paços do Concelho, antecedida pelo hastear das bandeiras, no Jardim de Palhais, junto da sede do S. Domingos F.C., marcaram a passagem do centésimo aniversário da coletividade.

Presente em ambos os momentos, Nuno Costa, presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião, recorda que, além da atividade desportiva e cultural, o clube tem contribuído, de forma exemplar, para o desenvolvimento da freguesia e do concelho, em vertentes tão distintas como a regeneração urbana, a coesão social e a formação para a cidadania.

“Estamos convictos de que com o São Domingos, São Sebastião é muito melhor freguesia!”, afirma o autarca, enaltecendo a formação humana que a coletividade oferece aos seus atletas e sócios mais jovens, transmitindo-lhes “valores e princípios como a amizade, a fraternidade, a solidariedade, a igualdade e a inclusão, cooperando na criação de cidadãos conscientes e participativos”.

O papel social que o clube tem junto da comunidade é um dos aspetos valorizados, tanto pela Junta de Freguesia, como pelo município, tendo essa sido uma das razões que conduziram à atribuição da Medalha da Cidade.

A parceria em atividades como o Setúbal Mais Bonita e “o forte empenho na realização e promoção da Festanima”, foram destacados pela presidente da Câmara Municipal, assim como o trabalho desenvolvido na campanha solidária de ajuda a famílias carenciadas, em cooperação com o Centro Comunitário de São Sebastião.

Convicta de que o S. Domingos é merecedor de uma das mais importantes distinções honoríficas que Setúbal atribui “a instituições que trabalham pelo bem e pelo progresso do nosso concelho”, Maria das Dores Meira recordou as lutas travadas pelos fundadores do clube que, por serem adeptos do poder monárquico, foram detidos pela PIDE nas décadas de 50 e 60, o que implicou o encerramento da coletividade por alguns anos.

Após o 25 de Abril de 1974, o clube renasceu e mantém atividade até hoje, com a prática de diversas modalidades, com especial enfoque no futebol jovem, futebol de veteranos, futebol de praia e secção de pesca, sendo esta última a que mais troféus proporcionou nos últimos trinta anos.

O vigor da coletividade permitiu também que o Jardim de Palhais, local onde se insere a sua sede, sofresse uma profunda regeneração urbana, “fruto da ação material executada pela Câmara Municipal e pela Junta de Freguesia, impulsionada pela ação imaterial da coletividade que permitiu valorizar e devolver o jardim ao usufruto dos setubalenses”, reconhece Nuno Costa que saúda a coletividade pelo seu centenário.

O autarca endereça também um agradecimento profundo “aos dirigentes, treinadores, atletas, sócios e amigos que, com a sua dedicação e perseverança contribuíram para que o clube atingisse o centenário” e deixa um apelo para que “mantenham o empenho no cumprimento das missões que abraçaram, em prol do bem estar da comunidade”.

Por seu lado, Miguel Aleixo, presidente da direção do S. Domingos, realçou as conquistas coletivas dos últimos nove anos do clube que, sob a sua liderança, conseguiu angariar mais de 580 novos associados e federar 125 atletas no futebol de formação e 25 no futebol de praia a nível nacional.

Garantindo que “não é por recebermos esta medalha que vamos baixar os braços”, o dirigente adiantou que pretende inaugurar, ainda este ano, a nova sala de troféus do São Domingos e lançar o livro do centenário, publicação que compila os cem anos de história do clube, indissociável da própria história do bairro de São Domingos, com lançamento previsto para o dia 25 de Abril, com edição limitada.

Dar continuidade ao esforço de angariação de sócios, alcançado os mil associados até 28 de março de 2022, data em que celebra o 101.º aniversário, é outro dos desafios a que a coletividade se propõe.

A celebração do centenário incluiu ainda a apresentação do hino oficial do clube, cuja letra, da autoria de Miguel Aleixo, é dedicada ao recentemente falecido músico setubalense Manuel Carlos Zorro. A música é de Manuel Saraiva, o instrumental de Miguel Alexandre Saraiva e a interpretação de Vanessa Mascarenhas.