Esta unidade de ensino superior enquadra-se numa ideia clara de desenvolvimento que trará mais conhecimento para Setúbal e, não menos importante, constitui uma oportunidade real para o estabelecimento de parcerias com o próprio Instituto Politécnico de Setúbal, assim os seus responsáveis o desejem.

Parece óbvio para todos que Setúbal, uma das principais capitais de distrito do País, carece de oferta de ensino superior, em particular desde a desativação do polo da Universidade Moderna, o que nos levou, desde então, a fazer diversas diligências no sentido de colmatar essa lacuna.

O Instituto Politécnico de Setúbal, instituição com a qual a Câmara Municipal tem excelentes relações institucionais, não consegue, sozinho, assegurar toda a oferta educativa de ensino superior que queremos no quadro da estratégia de desenvolvimento programada para um concelho que vive um processo assinalável de modernização e qualificação visível em variados setores. Nesse quadro, consideramos determinante, por exemplo, a disponibilização de pós-graduações na área do Turismo.

O ensino politécnico e o ensino universitário não conflituam. Pelo contrário, complementam-se e ambos, em conjunto, podem e devem contribuir para a materialização de objetivos ambiciosos no âmbito do desenvolvimento e da investigação.

A Câmara Municipal de Setúbal estranha este descontentamento, em face dos contactos regulares desenvolvidos com a direção do IPS ao longo de vários anos sobre diversos assuntos, nomeadamente o projeto de instalação de um Parque de Ciência e Tecnologia, para o qual é necessária a participação de uma universidade. E estranha que este desagrado surja pela voz dos estudantes.

Excluindo aspetos meramente opinativos, que não comentamos, o comunicado falta à verdade quando refere que, para a concretização do Centro de Pós-Graduações da Universidade Lusófona, a Câmara Municipal vai ceder espaços. Na realidade o que o protocolo prevê é a possibilidade de arrendamento de instalações da Autarquia, caso haja disponibilidade para o efeito, o que é bem distinto do tipo de cedência sugerido.

Lamentamos ainda a afirmação de que a Autarquia não dá o devido valor ao Instituto Politécnico de Setúbal quando a nossa postura tem sido exatamente contrária, no reconhecimento do papel imprescindível que o IPS desempenha no ensino no Concelho.

A própria Associação Académica, enquanto representante dos estudantes do IPS, pode testemunhar que a Câmara Municipal de Setúbal não está de costas voltadas para a instituição, quando sabe que os representantes dos alunos recebem anualmente apoio logístico no valor de milhares de euros para o desenvolvimento de atividades como a receção ao caloiro e a semana académica.