A presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, sublinhou, no encontro “A Cultura de Segurança – Como Comunicar?”, no Cinema Charlot – Auditório Municipal, a relevância de trabalhar em segurança e do compromisso de todas as entidades com intervenção nesta área.

“Nem sempre se consegue transmitir a todos a importância de trabalhar em segurança”, salientou, acrescentando que “debater a forma como se comunica os valores associados à segurança no trabalho, como se pode e deve levar ao maior número possível de trabalhadores assume um lugar de relevo nas preocupações de todos os que têm responsabilidade nas empresas, na administração pública e local”.

A preocupação com as questões da segurança no trabalho no contexto laboral municipal é permanente, destacou a autarca, com o Gabinete de Saúde Operacional a desenvolver atividades “com o objetivo de prevenir os perigos e consequentes riscos existentes nos vários locais de trabalho”.

Este serviço municipal, responsável pela avaliação dos postos de trabalho e dos riscos profissionais, “faz auditorias às instalações e locais de trabalho sempre que necessário” e encarrega-se “de todas as questões relacionadas com a segurança no trabalho”.

Na sessão de abertura do encontro, o subinspetor-geral da ACT – Autoridade para as Condições do Trabalho, António Robalo Santos, referiu que o stress relacionado com aspetos laborais é “o segundo problema de saúde mais frequente da União Europeia”, adiantando que “50 a 60 por cento de todos os dias perdidos estão ligados ao stress com o trabalho”.

Para evidenciar as consequências negativas dos riscos psicossociais na saúde, António Santos enumerou, com base em estudos realizados pela Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, o “esgotamento, a depressão, as dificuldades de concentração, os problemas em casa e problemas físicos, especialmente doenças cardiovasculares e perturbações músculo-esqueléticas”.

Também o pró-presidente do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) Filipe Cardoso acentuou a importância do ambiente nos locais de trabalho, considerando que estes “devem ser locais de prazer, com segurança, no sentido de serem mais produtivos”.

Após a sessão de abertura seguiu-se a primeira mesa-redonda, com o título do seminário, “A Cultura de Segurança – Como Comunicar?”, com intervenções da diretora-geral da Revista Segurança, Isabel Santos, do diretor-geral da CEDROS – Centro de Estudos e Desenvolvimento de Recursos, Organizações e Sistemas, Luís Coelho, de Maria Odete Pereira, docente da Escola Superior de Ciências Empresariais do IPS, e de Sandra Santos, técnica da ACT.

A segunda mesa-redonda incidiu sobre “Gestão do Stress e dos Riscos Psicossociais no Trabalho”, relacionada com a “Campanha Europeia 2014/2015” e as “Boas Práticas em Contexto Laboral”, em que participaram Emília Telo, da ACT, Pedro Rosa, responsável da qualidade na Ilumina, e Marta Henriques, responsável da segurança e saúde na Nestlé.

Esta iniciativa, promovida pela Autoridade para as Condições do Trabalho, enquanto ponto focal da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, prosseguiu de tarde, com a exibição, às 14h15, do filme de Paul Lacoste “Vindimas”, sobre um grupo de trabalhadores sazonais durante as vindimas no sul de França.

Seguiu-se, às 15h45, um debate com o público, com a participação de Bruno Thiébaud, da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, Mário Rui, da ACT, Marcelino Pena Costa, da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, e Vanda Cruz, da central sindical UGT. A moderação está a cargo de Luís Coelho, diretor-geral da CEDROS.

A sessão de encerramento do seminário conta com intervenções de Carlos Pereira, Luís Coelho e Isabel Santos.