No concerto, de duas horas, realizado no Fórum Municipal Luísa Todi, meia centena de crianças e jovens da Academia de Música e Belas-Artes Luísa Todi, do Conservatório Regional de Setúbal e do grupo de percussão BelaBatuke partilhou o palco com dez músicos da Grand Union Orchestra, formada por elementos de todo o mundo.

Com direção do maestro e músico Tony Haynes, cofundador da orquestra em 1982, o espetáculo, produzido com o apoio de fundos da União Europeia, inspirou-se nos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico para percorrer um mundo de descobertas, migrações, conquistas humanas e desastres naturais.

O muito público presente no Fórum Luísa Todi assistiu a um concerto que juntou composições originais de Tony Haynes a arranjos de músicas das mais distintas proveniências. Da música antiga chinesa, à canção popular bengali e ao raga indiano, passando pela balada portuguesa e a música dos bairros negros sul-africanos, até à percussão e ao canto do oeste americano, ao reggae caribenho e à salsa sul-americana.

Durante o espetáculo, esta viagem musical foi intercalada por sequências de evocação de intempéries vividas pelos marítimos de Setúbal, num alerta para as alterações climáticas e, em particular, convocando o tema desta edição do festival, o “Mar”, comum aos diversos espetáculos e outras atividades a apresentar em equipamentos e espaços ao ar livre do concelho, até dia 1.

Um mar que, como referiu a presidente da Câmara Municipal na abertura do espetáculo inaugural do Festival de Música de Setúbal, “ao longo da história, ajudou a moldar e definir os contornos essenciais da identidade de Setúbal e das suas gentes” e “continua a ser a principal marca da personalidade da cidade e um pilar fundamental para o seu desenvolvimento sociocultural”.

Maria das Dores Meira salientou que, com este festival, Setúbal mostra o que de melhor tem para oferecer: “Criatividade, cultura, alegria, empenho, trabalho, paixão pela nossa terra.”

Este é “um festival diferente”, indicou, “um festival que educa, que promove a inclusão” e traduz “a enorme diversidade e criatividade das comunidades locais, assim como as influências internacionais na vida cultural da cidade”.

Cerca de 1500 crianças e jovens estão envolvidos neste projeto, responsável por um cartaz que funde atuações de artistas profissionais e amadores, envolvendo a participação da comunidade local.

“Tem a particularidade de apresentar um vasto conjunto de atuações protagonizadas por alunos da rede escolar concelhia e de estabelecimentos musicais, além de utentes de instituições de solidariedade social que, ao longo do ano, ensaiam para esta festa”, destacou a presidente da Câmara Municipal.

O Festival de Música de Setúbal, com mais de uma dezena de eventos, é organizado pela A7M – Associação Festival de Música de Setúbal, resultado de uma parceria contínua entre a Câmara Municipal e a The Helen Hamlyn Trust.

O programa pode ser consultado em www.festivalmusicadesetubal.com.pt