Duas viagens consecutivas a Setúbal, dois triunfos na mala. Depois da vitória na terceira eliminatória, o quarteto de Rio Maior, na estrada desde 2010, conquistou a glória na final do concurso organizado pela Câmara Municipal de Setúbal em parceria com a Capricho Setubalense.

Os Conjunto!Evite surgiram há pouco mais de quatro anos, num projeto impulsionado pelos irmãos Santos, Sebastião, na bateria e voz, e Vicente, no teclado e sintetizador. À aventura musical juntaram-se os amigos Fábio Neves, na guitarra, e José Deveza, no baixo.

“Foi uma atuação poderosa, com muito sentimento à flor da pele”, afirma Vicente Santos, ainda a celebrar com a banda e amigos o triunfo alcançado, que valeu um cheque de mil euros, uma atuação na Feira de Sant’Iago e a gravação de um EP com cinco temas, oferta do Estúdio RW Music.

O jovem músico confessa que não foi fácil, “Estávamos apreensivos ao início, até porque a competição era feroz, com projetos musicais de muita qualidade. Quando entrámos em palco, esquecemos o nervosismo e só pensámos em tocar, dar o nosso melhor e proporcionar um bom espetáculo.”

A todo o ritmo, os Conjunto!Evite demostraram na noite de sábado porque mereceram vencer. Tocaram quatro temas, sobretudo instrumentais, que levaram o público de várias gerações presente na Capricho Setubalense numa viagem alucinante de sons e cores, sempre com os decibéis ao máximo.

A inspiração da banda vem do rock psicadélico dos anos 60 e 70. “É o ponto de partida e o nosso som vai um bocado por aí. Ainda assim, não é apenas um som assumidamente antigo. É uma sonoridade que junta o passado e o presente. Gostamos de música. Este é o nosso futuro”, sublinha Vicente Santos.

De Setúbal a formação leva excelentes recordações. “É uma cidade fantástica, com um bom ambiente na Capricho”, frisa o jovem teclista.

Para o verão, regresso agendado novamente a Setúbal, para uma atuação na Feira de Sant’Iago, na qual prometem o mesmo empenho musical. “Vai ser uma festa.”

Na noite de todas as decisões, sucesso igualmente para os setubalenses Loosense. O grupo, cuja sonoridade de fusão mistura os estilos clássico e jazz e que no concerto de sábado contou com Zé Zambujo no saxofone, conquistou o prémio de Melhor Banda do Concelho e o quinto lugar na competição, que valeu cem euros.

O desfecho na atribuição da classificação do Loosense podia ter sido outro, caso a banda não tivesse “ultrapassado largamente” o tempo de atuação máximo previsto, 25 minutos, no regulamento do concurso, explicou o presidente do júri, Hugo Tavares, em representação da Câmara Municipal.

Pela distinção de Melhor Banda do Concelho, além de um prémio monetário no valor de 500 euros, os Loosense ganharam a oportunidade de atuar na Feira de Sant’Iago, local onde também atuará a Banda do Público, os também setubalenses Low Budget, escolhida em votação realizada no jornal online Setúbal na Rede.

Em segundo lugar da classificação geral do concurso ficaram os Proud Larry, formação de Leiria, que amealhou 700 euros, enquanto a terceira posição coube aos Alex Page, de Almada, que receberam 500 euros. Já os N.O.T.E., de Montemor-o-Novo, saíram de Setúbal com 200 euros pelo quarto lugar alcançado na final.

As bandas que participam no evento musical foram avaliadas por um júri constituído por Hugo Tavares, da Autarquia, Pedro Franco, da Experimentáculo, João Miguel Fernandes, da Fábrica de Artistas de Setúbal, Sónia Colaço, do Estúdio RW Music, Luís Sanches, da Capricho Setubalense, e Rui Santos, da rádio Super FM.

O 11.º Concurso de Bandas de Garagem de Setúbal, dinamizado com os apoios de Super FM, Setúbal na Rede, Setúbal TV, Palco Principal e Estúdio RW Music, entre outras entidades, foi a principal iniciativa do programa municipal m@rço.28, que assinala localmente o Mês da Juventude.

“O Concurso de Bandas de Garagem é o culminar de mais uma grande iniciativa da Câmara Municipal de Setúbal, evento musical destinado à divulgação de novos talentos e que nesta edição contou com cerca de meia centena de inscrições”, salientou o vereador da Cultura da Autarquia, Pedro Pina.

O autarca frisou que a iniciativa “dá espaço para os jovens partilharem a vontade de fazer música e de divulgar a cultura” e constitui uma oportunidade de promoverem os seus projetos.

Pedro Pina destacou, igualmente, que o concurso é “uma forma de valorizar o trabalho de jovens que ao longo do ano desenvolvem os mais variados projetos musicais”, talento que a Autarquia apoia, “sobretudo através da Casa da Cultura, na qual existe um estúdio onde as bandas podem alargar a criatividade”.

A importância do m@rço.28 foi ainda enaltecida pelo vereador. “É um espaço de afirmação para a juventude, que tem um papel decisivo na nossa sociedade, e que procura apoiar e dar visibilidade aos jovens, sobretudo pelo papel decisivo que representam na construção do futuro”.