Semana do Mar 2019 - visitas a embarcações

Alunos dos agrupamentos de escolas de Setúbal participam, ao longo do dia 27 em visitas, a embarcações e ao Vaivém Oceanário e em batismos de mar, no âmbito da Semana do Mar, a decorrer até 29 de setembro.


Inês, Augusto, Rodrigo, Matilde estão empolgados, muito empolgados. Nunca tinham visto ovos de tubarão, esqueletos de corais, nem tão-pouco cavalos-marinhos secos. “São tão bonitos”, diz um. “E cheiram a mar”, atira outro. Para eles, estes animais só aparecem nos filmes de animação a que assistem em casa.

“Sejam cuidadosos com os cavalos-marinhos, apesar de já estarem mortos e secos. Eles são frágeis e a cauda parte-se facilmente. E vão prometer-me uma coisa”, pede Joana, instrutora marinha do Oceanário de Lisboa, “nunca, mas nunca, vão deitar lixo para o chão, nem deitar cotonetes e toalhitas descartáveis para a sanita.”

É a primeira vez que Inês, Augusto, Rodrigo e Matilde estão a participar em visitas da Semana do Mar, com eventos centrados no Cais 2 do Porto de Setúbal até dia 29. Chegaram perto das nove horas da manhã e vieram acompanhados de mais nove colegas da Escola Básica das Manteigadas.

A primeira visita da manhã decorre no Vaivém Oceanário, projeto de literacia do oceano impulsionado pelo Oceanário de Lisboa, no interior de um autocarro azul, especialmente preparado para atividades pedagógicas, com cadeiras e uma televisão com vídeos educativos sobre mar e as espécies marinhas, e a percorrer o país ao longo do ano.

“Vamos embarcar numa viagem à deriva por vários oceanos do mundo. Vamos passar pelo Oceano Pacífico, o mais profundo de todos. Sabiam?”, esclarece Joana, do Oceanário de Lisboa, no interior do vaivém, com visitas nos dias 27 e 28, das 10h00 às 18h00, e no dia 29, da parte da manhã.

A atenção das crianças do estabelecimento de ensino das Manteigadas centra-se no filme de animação que passa no pequeno ecrã do autocarro. Peixes fantasma, um polvo gigante, tartarugas marinhas e um tubarão tigre nadam pelas águas do Oceano Índico. “Olha o Nemo!”, comenta um.

A instrutora marinha do Oceanário de Lisboa desvenda segredos ao grupo de treze crianças. “Estas algas crescem até sessenta centímetros por dia”, esclarece, apontando para uma imagem com algas kelp, uma espécie marinha com alto teor de açúcar e fonte de suplementação humana e animal.

Passamos para a visita ao interior da caravela Vera Cruz, uma réplica das caravelas quinhentistas da época dos Descobrimentos portugueses, mas, desta vez, com mais de três dezenas de alunos da EB do Peixe Frito e da EB n.º 3 do Faralhão.

De colete refletor vestido, a professora Sandra tira uma selfie com a turma, o rio Sado e o branco do veleiro Fryderyk Chopin a servir de pano de fundo, antes de entrar na caravela Vera Cruz, embarcação com 23 metros de comprimento pertencente à Aporvela – Associação Portuguesa de Treino de Vela.

No interior, espera-os o comandante José Inácio. “Bem-vindos a bordo!”, saúda. Não perde tempo e começa logo por desvendar curiosidades a respeito da caravela. “Já pensaram como se fazia a higiene há quinhentos anos atrás durante as viagens marítimas? Era com esta espécie de esfregona, um antepassado do papel higiénico.”

Por se encontrar em reparações, o navio-escola Sagres não acosta em Setúbal.

Com conferências, visitas a embarcações ao veleiro Fryderyk Chopin, à caravela Vera Cruz, ao galeão Andalucia e ao navio Pogoria, passeios em barcos tradicionais, batismos de mar, estabelecimentos de street food, a Semana do Mar decorre até dia 29, na zona do Cais 2 do Porto de Setúbal, na frente ribeirinha da cidade.

 

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