A quinta edição do concurso, com 39 obras, número recorde de participantes, registou “grande qualidade de filmes presentes”, salientou, no dia 12, na cerimónia de entrega de prémios, no Cinema Charlot – Auditório Municipal, Margarida Mateus, vice-presidente da Federação Portuguesa de Cineclubes, do júri da prova, composto ainda pelo realizador José Nascimento e por Rita Rio, produtora executiva da Sardinha em Lata.

Pedro Resende, lisboeta, autor de “Maybe…”, filme vencedor na categoria de ficção, inteiramente concebido na cidade texana de Austin, Estados Unidos da América, salientou que “é bom ter sido espetador da primeira edição do ‘Curtas’ e agora como concorrente ter ganho”.

Com formação em cinema nos Estados Unidos, o realizador sublinhou que este prémio assume importância em termos de carreira e projeção do seu trabalho.

Na categoria de animação, o autor de “Fado do homem crescido” ficou surpreendido com o prémio. “Gostava que o filme fosse visto pelo maior número possível de pessoas e que fosse possível a edição em DVD e livro”, referiu Pedro Brito.

O realizador barreirense revelou que a obra demorou dois anos a ser feita, decorrendo em modo de animação tradicional, o que gerou cerca de trinta mil desenhos. Com a visibilidade originada pelo prémio, Pedro Brito manifestou que gostaria de enveredar por outros registos além da animação, designadamente com a criação de filmes intimistas, em género de narrativa.

“Rhoma Acans”, o melhor trabalho em curta-metragem escolar, foi realizado por Leonor Teles, enquanto “Gasoline”, vencedor em documentário regional, é da autoria de Júlio Barreiros.

Os autores dos filmes que ganharam nas categorias animação e ficção recebem dois mil euros cada, enquanto o vencedor em documentário regional tem direito a 1500 euros. Para o realizador da melhor curta-metragem escolar há um prémio de mil euros.

O júri atribuiu ainda uma menção honrosa ao filme “O Belo Adormecido”, de uma turma de alunos do 12.º ano da Escola Secundária José Régio, de Vila do Conde.

O prémio do público recaiu sobre a obra “Segura-te!”, de alunos do 12.º ano do curso profissional de multimédia, turma H, da Escola Secundária D. João II, sob orientação do professor Eurico Coelho, que agradeceu a oportunidade de “poder mostrar um árduo trabalho com os alunos que decorreu durante dois anos”.

Além dos prémios, os filmes distinguidos nesta edição do Curtas Sadinas são exibidos no 29.º Festroia – Festival Internacional de Cinema de Setúbal, que se realiza entre 7 e 16 de junho.

Este concurso demonstra a importância que a Câmara Municipal de Setúbal dá em termos de incentivo às artes, salientou o vereador Manuel Pisco, na cerimónia de entrega de prémios. “É possível fazer coisas e mostrá-las”, referiu, em jeito de desafio às novas gerações, já que “está criado um espaço para o uso da criatividade”.

Antes do anúncio dos filmes vencedores, foi exibido, extraconcurso, o documentário “Bela Vista”, de Filipa Reis e João Miller Guerra.

Entre a noite de dia 10 e a tarde de dia 12, no Charlot, foram exibidos os 39 filmes a concurso, selecionados de um total de 110 obras rececionadas pela organização, o que constitui “um número recorde de realizadores em qualquer uma das secções, confirmando o prestígio alcançado pelo Curtas Sadinas”, salientou o diretor do Departamento de Cultura da Autarquia, Luís Liberato.

Esta edição é ainda marcada por um regresso do Curtas Sadinas em formato de concurso após um ano de interregno que aconteceu “contra a vontade da Autarquia, devido a constrangimentos que lhe são exteriores e com graves reflexos na sua atividade”, indicou, na cerimónia de abertura, realizada no dia 10, à noite, que contou com a atuação musical da banda “Um Corpo Estranho”.

“Foi um ano de paragem forçada que não fez esquecer a importância conquistada pelo Curtas Sadinas”, acentuou Luís Liberato.

Nesta edição do Curtas Sadinas, a Câmara Municipal teve como parceiros a Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal, a Associação Festroia, a Sociedade Musical Capricho Setubalense, a Casa d’Avenida, o Passo do Olival e o Setúbal na Rede.

Foram ainda parceiros do projeto, que inclui um conjunto de atividades complementares de promoção de eventos cinematográficos, a revista online “Rua de Baixo” e os festivais “Monstra” e “Shortcutz Lisboa”.