A sala praticamente encheu nos dois dias para assistir à peça que conta a história do conquistador Don Juan pela visão do encenador Luis Miguel Cintra, a partir de uma tradução portuguesa do século XVIII da obra-prima “D. João”, de Molière.
O espetáculo, coproduzido pela Companhia Mascarenhas-Martins, pelo Teatro Viriato e pelo Centro Cultural Vila Flor, resulta de um projeto singular construído em quatro cidades ao longo de 2017, Setúbal, Montijo, Guimarães e Viseu.
Setúbal, sublinha Levi Martins, da Companhia Mascarenhas-Martins, “deu um contributo muito positivo”.
O responsável garante que cada uma das quatro cidades por onde passaram os ensaios e os contactos com o público durante a preparação do espetáculo teve particularidades únicas, sendo que uma residência artística realizada em julho do ano passado, no cais 3 do porto de Setúbal, com apoio da autarquia, “foi especial, por se realizar à beira-rio e em pleno verão, contribuindo para dar ânimo ao projeto”.
O espetáculo resultante desta construção diferente do habitual foi repartido em duas sessões perante “um público bastante recetivo e entusiasmado”.
A peça, a apresentar nas quatro cidades envolvidas, acompanha o percurso em fuga de D. João e do seu fiel criado Esganarelo, como se de um road movie se tratasse.
A vida revela-se aos poucos no contacto de ambos com as diversas realidades, da mais densa reflexão filosófica à entrega aos prazeres mais simples.
O protagonista busca a total liberdade e tenta escapar a tudo aquilo que possa impedi-lo de viver como bem lhe apetece. No entanto, há um único limite que talvez não lhe seja possível transpor, a morte.
Com direção de produção a cargo de Levi Martins, o elenco de “Um D. João Português” é composto por André Reis, Bernardo Souto, Dinis Gomes, Diogo Dória, Duarte Guimarães, Guilherme Gomes, Joana Manaças, João Jacinto, João Reixa, Leonardo Garibaldi, Levi Martins, Luís Lima Barreto, Luis Miguel Cintra, Maria Mascarenhas, Nídia Roque, Rita Durão, Sílvio Vieira e Sofia Marques.
