A gestão da crise pandémica está em destaque na mensagem do secretário-geral da Organização Internacional de Proteção Civil dirigida a todos os agentes do setor, no âmbito do Dia Mundial da Proteção Civil, assinalado a 1 de março.
Mensagem do secretário-geral da Organização Internacional de Proteção Civil (OIPC) por ocasião do Dia Mundial da Proteção Civil (WDPC) 2022, 1 de março.
Caros atores da proteção civil:
No âmbito da celebração do Dia Mundial da Proteção Civil 2022, para dar início à tradicional mensagem do secretário-geral da Organização Internacional da Proteção Civil (OIPC), permitam-me expressar, novamente, a todos os atores da cadeia da proteção civil em todo o mundo o sincero apoio da OIPC em relação à gestão da atual crise devido à pandemia de covid-19.
Como todos sabem, o final do ano de 2019 foi marcado pelo aparecimento do coronavírus, que tem vindo a evoluir de diferentes formas, causando grande desolação nas comunidades devido à sua virulência. Já no campo da tomada de decisões, provoca uma certa veemência devido à procura de soluções rápidas para um problema cujo alcance não é claro, mas contra o qual temos o dever de proteger a população.
Por seu lado, o setor da proteção civil enfrenta-se com a gestão desta pandemia, que já iniciou o seu terceiro ano de existência, mas agora, felizmente, num ambiente mais sereno.
O impacte desta pandemia não nos deve fazer esquecer o sofrimento da população por crises de outra natureza. Isto, sobretudo, porque o vírus surgiu num momento em que o planeta se vê afetado pelos efeitos das mudanças climáticas e as comunidades por crises sociopolíticas que levaram, principalmente, a deslocações das populações.
Nestas circunstâncias, a OIPC convida os diferentes intervenientes da proteção civil a destacarem o envolvimento dos voluntários na prevenção das deslocações de pessoas e no atendimento aos deslocados internos e refugiados num contexto de pandemia e de enfraquecimento do tecido económico.
Para tal, a OIPC apela à comunidade internacional para que fortaleça a legislação nacional e para desenvolver e manter o voluntariado nas comunidades mais resilientes face aos riscos de catástrofes.
Devemos recordar que os voluntários são um elo indispensável na gestão de riscos e catástrofes; um elo que, às vezes, é esquecido ou ignorado. Os voluntários constituem o maior grupo entre os atores da proteção civil, são os mais próximos das realidades das diferentes comunidades e também os menos dispendiosos.
Neste sentido, para celebrar o Dia Mundial da Proteção Civil a 1 de março de 2022, a OIPC escolheu o seguinte tema: “Proteção Civil e Gestão de Populações Deslocadas em caso de Catástrofe e Crise; O Papel dos Voluntários e a Luta Contra as Pandemias”.
Como tal, encorajo a comunidade internacional a aproveitar as potencialidades destes atores, de forma a coordenar a gestão da deslocação de pessoas e o combate à atual pandemia.
A mobilização de voluntários para gerir os riscos de catástrofes é recomendada em todos os níveis da sociedade. E é ainda mais, como prevenção, em ambientes que acolhem as pessoas de forma quase permanente, como escolas, mercados, hospitais, etc.
Em todos os casos, seja para prevenir riscos ou para intervir em caso de catástrofes, quando são necessários voluntários mais especializados, o voluntariado deve ser considerado nos planos de resposta nacionais, setoriais ou específicos.
Em caso de emergência, a primeira a intervir é sempre a população e quanto melhor for treinada e identificada como voluntária, mais fácil será o trabalho dos profissionais e mais fortes serão as comunidades.
Aproveito esta oportunidade para reafirmar o compromisso da OIPC, como já fez no passado, em apoiar as estruturas nacionais na aplicação deste conceito.
N.YAP Mariatou
Secretário-Geral
