A obra, escrita em 1917 por John Reed, agora reeditada pelas Edições Combate, para assinalar os 100 anos da Revolução Russa, é prefaciada por Francisco Louçã, que a considera “fundamental” para compreender este acontecimento histórico “em tudo aquilo que teve de transformador e contraditório”.

Francisco Louçã apresentou a obra num evento organizado pelo Centro de Estudos Bocageanos, que decorreu na Sala José Afonso da Casa da Cultura.

“Os Dez Dias que Abalaram o Mundo” faz um retrato vivo através de uma reportagem factual em que o autor relata os acontecimentos diários vividos pela Rússia durante os dias da guerra, desde o fim do czarismo, passando pelo governo provisório de Kerenski e culminando no triunfo da revolução social bolchevique.

A história de Reed é sustentada com recurso a documentos como decretos e proclamações, testemunhos de soldados presentes na frente de guerra, relatos de povo anónimo e também descrições feitas por líderes de fações e partidos políticos, dos bolcheviques aos conservadores.

John Reed nasceu em 1887 nos Estados Unidos e ficou conhecido como jornalista, poeta e ativista socialista. Testemunhou a Revolução Mexicana de 1913 e foi correspondente de guerra durante a I Guerra Mundial. Fundador do Partido Comunista dos Estados Unidos, em 1919, morreu um ano depois, em Moscovo. Foi enterrado com honras de estado na Necropolis do Kremlin. É o único americano sepultado ao lado de Lenine, na Praça Vermelha.