O esclarecimento é feito na sequência de um artigo publicado na edição de 24 de novembro do “Correio da Manhã”, intitulado “Decisão lesa 200 trabalhadores”, com chamada de primeira página, que descreve um caso relacionado com os Serviços Sociais dos Trabalhadores da Câmara Municipal de Setúbal sobre a compra de óculos numa empresa de ótica da cidade.

A autarca, que comentou o assunto na sua página de Facebook, clarifica que foi explicado à jornalista – que foi também a autora de uma peça sobre a declaração de rendimentos de Maria das Dores Meira enquanto titular de cargo político, publicada em agosto passado – “que a Câmara Municipal de Setúbal não tem responsabilidades na gestão dos Serviços Sociais, porque se trata de uma associação autónoma, com direção própria e eleita pelos associados”, que são funcionários da Autarquia.

Apesar do esclarecimento prestado, tanto o jornal como a autora da peça “escolheram, uma vez mais, focar a notícia na figura da presidente da Câmara Municipal de Setúbal”, num texto com uma foto da autarca e um título que “parece ter sido construído propositadamente para manipular a opinião pública”, afirma Maria das Dores Meira.

“Esta é a única interpretação possível”, observa a autarca, sobretudo quando se “permite, no texto da notícia, a confusão entre a entidade autónoma designada Serviços Sociais dos Trabalhadores da Câmara Municipal de Setúbal e a própria Câmara Municipal de Setúbal”, apesar de, “sem qualquer margem para dúvidas”, ter sido explicado à jornalista “que aqueles Serviços Sociais têm uma direção própria, na qual a Autarquia não pode nem deve intrometer-se”.

Maria das Dores Meira frisa que na notícia nota-se o esforço por manter, “quem sabe deliberadamente”, a confusão. “Uma vez mais, é criada uma falsa ideia e para me associar a algo negativo, quando a única coisa que fiz, e outra não poderia ter feito, foi, enquanto presidente da Câmara Municipal de Setúbal, denunciar uma situação que levantava dúvidas.”

Maria das Dores Meira afirma que “há um padrão evidente nas notícias do ‘Correio da Manhã’”, uma vez que no texto de agosto passado associou à notícia sobre a declaração de rendimentos “informações erróneas sobre dívidas da Autarquia”.

Desta vez, “o jornal decidiu associar à notícia sobre problemas com uma ótica os valores máximos do IMI [Imposto Municipal sobre Imóveis] a praticar em Setúbal, esquecendo, ao que parece também deliberadamente, uma questão fundamental”, concretamente o facto de Setúbal praticar a taxa máxima do imposto “porque a isso é obrigada pelo contrato de reequilíbrio financeiro que foi forçada a celebrar para pagar dívidas anteriores a 2001”.

Em virtude de todos os acontecimentos, a autarca termina o comentário no Facebook afirmando que o “Correio da Manhã” “é um jornal que não pratica um jornalismo competente e que é pouco sério”. E vinca que à publicação apenas interessa atingir pessoal e politicamente a individualidade Maria das Dores Meira. “Não o conseguirão”, assegura.