A inauguração de uma exposição, várias performances, incluindo uma nas montras da Baixa comercial, conversas com artistas e momentos para crianças marcaram os primeiros dias da MAPS – Mostra de Artes Performativas em Setúbal, que decorre entre 6 e 15 de julho.
Com um programa de atividades, em vários locais da cidade, que promovem o encontro entre criadores artísticos e público, a quinta edição do evento, organizado pela Câmara Municipal de Setúbal, reafirma o objetivo de apresentar trabalhos de artistas emergentes e contemporâneos que têm como traço comum o debate de temas fundamentais que refletem preocupações da atualidade.
A MAPS 2023 proporciona um conjunto de intervenções artísticas de entrada gratuita, com os contributos de artistas e coletivos, cruzando uma diversidade de linguagens artísticas performativas e promovendo o encontro com a comunidade e o território.
O programa, centrado no espaço municipal A Gráfica, começou na noite de 6 de julho, com a inauguração da exposição “Caleidoscópio III”, da Revista FOmE, a qual foi seguida da performance “BOCA FALA TROPA”, de Gio Lourenço.
No dia seguinte, durante a tarde, o ciclo de Conversas FOmE abordou o tema “Influencing the World”, sobre o papel dos influencers da cultura, e David Marques apresentou, à noite, a performance de dança “Comoção”.
Em mais uma ocupação espaço público, na manhã de 8 de julho, sábado, a arte foi levada às montras e janelas da Baixa da cidade, no evento “Performances no Bairro”, o qual contou com a participação de 13 artistas – David Martins, Homero Castelbranco, Inês Marques, Ivanoel Tavares, Iza da Costa, Joana Brito Silva, João Pereira, Katarina Ferreira, Marcelo Andrade, Rita Ferraz, Rita Martins Pereira, Rui Foles e Sara Afonso.
À tarde, no espaço A Gráfica, os vencedores da terceira edição das Bolsas de Criação Artística de Setúbal, Bruno Senune e Beatriz Valentim, Catarina Vieira e Pedro Banza, conversaram com o público sobre os trabalhos selecionados pelo projeto municipal em 2023.
Esta conversa aconteceu antes de a MAPS 2023 estrear, no mesmo local, a primeira das três criações selecionadas pelo júri das Bolsas de Criação Artística 2022, a conferência performativa “Pele”, um projeto de colaboração entre o coreógrafo David Marques e o ator Nuno Pinheiro.
Já à noite, Telmo Branco protagonizou “O Indizível – Parte 3”, performance ativista que cruza as disciplinas de teatro, dança e sonoplastia, para confrontar a violência sexual estrutural e a cultura do silêncio.
O domingo, 9 de julho, foi dedicado aos mais novos e centrado no Jardim do Bonfim, onde a Mini-MAPS preencheu a tarde com a instalação “Monster Colours”, do Tombs Creatius, o espetáculo “Frida Kahlo – Ciclo Antiprincesas”, de Cláudia Gaiolas, e “Histórias Suspensas”, da Radar 360º Associação Cultural.
A MAPS regressa ao espaço A Gráfica no dia 13, às 21h30, com Aura da Fonseca a apresentar “Trans*Performatividade”, a segunda estreia no âmbito das Bolsas de Criação Artística de 2022, cujas criações decorreram ao longo de vários meses, com um trabalho de investigação que envolveu a comunidade setubalense.
No mesmo dia, às 22h30, Inês Barahona e Miguel Fragata, da Formiga Atómica, iniciam, com a apresentação do inquérito “Quem quer mudar? – Política, sociologia, ecologia “, desenvolvido pelo sociólogo Rui Telmo Gomes, o caminho para “Terminal (O Estado do Mundo)”.
O projeto, que evolve a filmagem prévia, em Setúbal, das entrevistas “Improváveis de Costas Voltadas”, consiste numa pesquisa sobre as dimensões da geopolítica, da economia, da sociologia ou da demografia, sob a perspetiva de como a crise climática afeta a compreensão do mundo.
Segue-se, às 23h00, a criação coletiva dirigida por Vítor Joaquim “Tabula Rasa # 7.23”, concerto-performance que agrega criações desenvolvidas ao longo de dois workshops de reciclagem de lixo informático.
A 14 de julho, às 10h00 e às 15h00, o projeto da Formiga Atómica, “Terminal (O Estado do Mundo)”, regressa com “Teatro Fora de Formato”, pequenos espetáculos que vão surpreender as pessoas em espaços públicos pouco convencionais.
No mesmo dia, às 19h45, decorre o jantar-performance “LandMarks #3 – a question of identity”, de Rebecca Moradalizadeh, artista plástica e performer luso-iraniana que explora a performance art, vídeo, fotografia, instalação e gastronomia, incidindo sobre questões do corpo, território, memória, arquivo e vestígios da sua identidade iraniana.
A inscrição para este jantar, que é o único evento pago da MAPS, com o custo de oito euros por pessoa, deve ser feita presencialmente na Casa da Cultura de Setúbal até 12 de julho.
“Fuck Her, Fuck Him” é a proposta de Ludmilla Ramalho & Ricardo Guerreiro Campos, numa performance, com início marcado para as 22h00.
No último dia da MAPS 2023, a “Biblioteca Verde Itinerante” promove, a partir das 15h00, uma espécie de clube de leitura que convida ao encontro e discussão de assuntos relacionados com a crise climática, no âmbito do projeto “Terminal (O Estado do Mundo)”, de Inês Barahona e Miguel Fragata.
Às 18h00, Cláudia Gaiolas e Judite Canha Fernandes apresentam, pela primeira vez, “Como seria nadar há 50 anos? | O Coro imaginário do prazer”, criação selecionada pelas Bolsas de Criação Artística 2022.
“Ficar no Papel”, de Carlota Oliveira e Inês Oliveira, é a performance que encerra a quinta edição da MAPS, no dia 15, a partir das 21h30.
Embora de entrada gratuita, a presença nas intervenções artísticas necessita de reserva prévia, através do endereço de correio eletrónico maps@mun-setubal.pt.