“Esperamos ter os trabalhos concluídos dentro de duas semanas, até porque se trata de uma de uma via com uma importância vital em caso de emergência nesta área industrial”, sublinhou o vereador da Proteção Civil da Câmara Municipal de Setúbal, Carlos Rabaçal, no dia 15, numa visita a vários pontos em construção.

A parte mais complexa, que teve que ver com a movimentação de terras, já está concluída. “Agora, estamos na fase mais ligeira, de compactação e alargamento de um troço da Estrada de Fuga, um caminho já existente com cerca de um quilómetro”, referiu o autarca.

As obras de construção da Estrada de Fuga da Mitrena, iniciadas em março, estão a ser realizadas por elementos do Regimento de Engenharia n.º 1 do Exército, no âmbito de um protocolo assinado com a Câmara Municipal de Setúbal.

“Esta é uma via que está sempre livre, exclusivamente dedicada a funções de acesso e fuga em caso de acidente. Esperemos que nunca tenha de ser utilizada”, salientou Carlos Rabaçal.

O vereador enalteceu “o trabalho excecional desenvolvido pelos militares”, que “encaram esta intervenção na ótica de exercício público, com um grande empenho e uma qualidade técnica elevada”, salientando, também, “os custos reduzidos” da obra.

A visita às intervenções na Estrada de Fuga da Mitrena contou com a presença do adjunto do comandante das Forças Terrestres, do Exército, o major-general Martins Ribeiro, que observou os resultados práticos desenvolvidos no âmbito da parceria com a Câmara Municipal de Setúbal. 

“É um contributo importante para o aumento de segurança e melhoria da qualidade de vida em prol da comunidade. É, textualmente, uma missão de interesse público”, frisou Martins Ribeiro. 

O oficial general adiantou que este trabalho constitui “uma oportunidade para jovens militares aplicarem os conhecimentos adquiridos”, indicando que o contacto direto com os militares no terreno constitui “um reconhecimento merecido e um alento extra pelo trabalho desenvolvido”.

A necessidade de construir uma estrada de fuga na península da Mitrena, zona de elevada concentração de indústrias, tem origem na existência de uma única via, não circular, com uma faixa de rodagem em cada sentido, a EN 10-4, marginal ao Estuário do Sado, com um elevado tráfego rodoviário.

Esta situação coloca várias fragilidades de segurança, em especial no caso da ocorrência de acidente que bloqueie a circulação na estrada, impedindo o acesso de veículos de socorro, e outros, a indústrias onde o potencial de ocorrência de acidentes é significativo.

A Estrada de Fuga da Mitrena, cuja gestão, no futuro, é assegurada pela Proteção Civil Municipal, surge numa sinergia criada entre Câmara Municipal de Setúbal, CP, Refer, Portucel e Sapec, empresa responsável pela elaboração do projeto desta via, implantada com parecer favorável da Reserva Natural do Estuário do Sado.

O Exército executou também, recentemente, uma intervenção em todo o território em redor do Forte de S. Filipe, “uma limpeza rápida e eficiente”, de acordo com o vereador Carlos Rabaçal.

“Os trabalhos visaram tornar aquela área mais acessível para monitorização pelo LNEC [Laboratório Nacional de Engenharia Civil] e posterior intervenção do IGESPAR [Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico], que vai executar trabalhos de consolidação de algumas fendas existentes na fortaleza”, explicou o autarca.