A exposição fotográfica e documental "Perdidamente", de homenagem a Florbela Espanca está patente entre os dias 2 e 31 de dezembro, na Biblioteca Pública Municipal

Duas exposições dedicadas à vida e obra da poeta Florbela Espanca estão patentes até ao final do mês de dezembro na Biblioteca Pública Municipal de Setúbal, no âmbito do ciclo Autor do Mês.


A mostra itinerante “Perdidamente”, fotográfica e documental, organizada pela Sociedade Portuguesa de Autores, é composta por 19 painéis que homenageiam a obra de Florbela Espanca e todos os que musicaram e cantaram os seus poemas.

Nos painéis espalhados pelo segundo piso da biblioteca é possível ver imagens de trabalhos discográficos inspirados na obra de Florbela Espanca de cantores e compositores como Mariza, Cristina Bacelar, Simone de Oliveira, Tony de Matos, Ágata e Luz Sá da Bandeira, e de discos de poesia recitada por Eunice Munoz e Vítor de Sousa.

Há também recortes de jornais do século XX com notícias sobre a morte de Florbela Espanca e homenagens que lhe foram prestadas a título póstumo, bem como crónicas escritas por diversos autores e poemas.

A outra mostra, de cariz biobibliográfico, reúne, em três vitrines localizadas na sala de leitura do rés do chão e no segundo piso, livros da autoria de Florbela Espanca e outros de autores que escreveram sobre a vida e obra da poeta, pertencentes ao espólio da Biblioteca Pública Municipal de Setúbal.

As exposições, realizadas no âmbito do projeto municipal Autor do Mês, podem ser visitadas até dia 31 de dezembro, de segunda a sexta-feira das 09h00 às 19h00 e ao sábado, das 14h00 às 19h00.

Florbela Espanca, nascida em 1894 em Vila Viçosa e falecida em 1930 em Matosinhos, foi uma das primeiras mulheres portuguesas a frequentar o curso secundário no Liceu Masculino André de Gouveia, em Évora, onde concluiu o curso de Letras, e a primeira a ingressar no curso de Direito da Universidade de Lisboa.

A obra literária, iniciada quando tinha apenas 9 anos, é inspirada numa vida intensa e conturbada do ponto de vista sentimental, marcada pela rejeição do pai, pela morte prematura do irmão e por relações amorosas instáveis.

Quando morreu, aos 36 anos, tinha duas obras publicadas, “Livro de Mágoas” e “Livro de Sóror Saudade”, e preparava-se para lançar um terceiro trabalho, “Charneca em Flor”, que viria a ser publicado em 1931.

A título póstumo foram também publicados “Cartas de Florbela Espanca”, “Juvenília” e “As Marcas do Destino”, os três por Guido Battelli, um novo livro de “Cartas de Florbela Espanca”, por Azinhal Botelho e José Emídio Amaro, “Diário do último ano seguido de um poema sem título”, com prefácio de Natália Correia, e “Dominó Preto”.