O “Sal” foi o tema que condimentou a edição de 2016, na qual, como é paradigma do evento desde que foi criado em 2010, músicos profissionais partilham conhecimentos e os palcos com intérpretes amadores de todas as idades, desde crianças a adultos, das mais variadas origens culturais e sociais e com e sem deficiências.

Pelos quatro dias do certame Setúbal vivenciou vários momentos dignos de registo, com espetáculos e outros eventos em espaços como o Fórum Municipal Luísa Todi, os claustros e a igreja do Convento de Jesus, o Museu do Trabalho Michel Giacometti, a Casa d’Avenida e a Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal.

Numa demonstração e desfile de percussão pela Avenida Luísa Todi já tradicional no evento, Fernando Molina liderou cerca de mil crianças de escolas do concelho, assim como utentes da APPACDM de Setúbal, na realização de música através de materiais reciclados.

O antigo trompetista Clarence Adoo, paralisado do pescoço para baixo na sequência de um acidente, voltou a atuar em palco graças a um novo instrumento. O músico, que estreou em Setúbal, ao nível mundial, o “HiNote” em performances públicas, participou, inclusivamente, em dois espetáculos, partilhando os palcos com o Ensemble Juvenil de Setúbal, Rui Borges Maia, Torbjorn Hultmark, John Kenny, Chris Wheeler e os grupos de metais da Escola Superior de Música de Lisboa e do Conservatório Regional de Palmela.

O espírito universal da música esteve, de resto, bem vincado ao longo de todo o certame, que incluiu a demonstração de instrumentos acessíveis a todos “Escute, Olhe e Toque” e a instalação “Sound=Space”, da autoria de Rolf Gehlhaar, em que os movimentos de corpos numa sala produziam sons e ritmos.

Além do regresso aos palcos do Ensemble Juvenil de Setúbal, projeto inclusivo que nasceu precisamente do trabalho desenvolvido por via do festival e que reúne jovens com e sem instrução musical, bem como jovens com deficiências, o certame assistiu à estreia nesta edição da Camerata do certame, constituída por novos instrumentistas, que voltaram a atuar na cidade do Sado depois de nela terem recebido instrução musical.

O cartaz surpreendeu ainda pelas presenças e participações de músicos de renome, como Marcelo Bratke, Irene Lima, John Kenny, Rolf Gehlhaar, Vasco Pearce de Azevedo, Pedro Corte-Real, António Figueiredo, Fernando Molina, José Correia, Ana Corolina Ferreirinha, Sara Caldeira, Carlos Barreto Xavier, Chris Wheeler, Torbjorn Hultmark, Filipe Quaresma e Pedro Condinho.

O festival incluiu também tertúlias e pequenos momentos musicais, envolvendo as instituições de imigrantes 4Às – Associação de Angolanos e Amigos de Angola, Edinstvo – Associação de Imigrantes dos Países de Leste e Associação Cultural Busuioc dos Cidadãos Moldavos da Península de Setúbal.

Uma performance coletiva, conduzida pela Academia de Música e Belas-Artes de Setúbal, contou ainda com as participações da Academia de Dança Contemporânea de Setúbal, da Cenas à Vista, do Conservatório Regional de Setúbal, da Escola de Dança Desportiva Mónica Banza, da Escola de Música Capricho Setubalense, da Escola de Sevilhanas e Flamenco SFH – Palmela, de Patrícia Rosa e Agostinho Torres e, ainda, de Universe Gong.

O Festival de Música de Setúbal, organizado pela A7M – Associação Festival de Música de Setúbal, é financiado pela Câmara Municipal, pela The Helen Hamlyn Trust e a Fundação Calouste Gulbenkian.

Esta edição contou ainda com os apoios do British Council e da Antena 1 e Antena 2.