Com participação como atriz em mais de 90 filmes, Maria de Medeiros, também realizadora e cantora, recebeu o Golfinho de Ouro pela carreira, entregue pela diretora do Festival Internacional de Cinema de Setúbal, Fernanda Silva.

“Se é um prémio de carreira é porque já vão uns aninhos”, brincou a atriz, que agradeceu, “talvez por estar em casa [Portugal], aos avós e aos pais.

A atriz fez outro agradecimento, à presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, pela hospitalidade de Setúbal, enaltecendo também o esforço e o trabalho de Fernanda Silva pela realização do festival todos estes anos: “A Fernanda traz o mundo a Setúbal.”

O público presente no Auditório da Anunciada assistiu ainda à última curta-metragem realizada por Maria de Medeiros, “Aventuras do Homem Invisível”, filmada no Brasil, e à curta “A visita”, do realizador holandês Jos Stelling, cineasta que também recebeu o Golfinho de Ouro pela carreira “sobejamente conhecida”, justificou Fernanda Silva.

A diretora do Festroia referiu que o cineasta holandês “é um amigo do festival”, tendo participado noutras edições. “Vende o nosso festival por esse mundo fora melhor do que os seus próprios filmes”, gracejou Fernanda Silva.

Os dois homenageados da noite descerraram duas placas que marcam esta edição do Festroia, que vão figurar, tal como tantas outras, no renovado Fórum Municipal Luísa Todi.

A noite foi também de entrega de prémios aos filmes a concurso nesta 27.ª edição do Festroia.

Do realizador Rudolf van den Berg, “Tirza” recebeu o Golfinho de Ouro para melhor filme na Secção Oficial.

O prémio Especial do Júri. presidido pela atriz portuguesa Isabel Medina, coube a “Só entre nós”, uma coprodução Croácia/Sérvia/Eslovénia, enquanto Oleg Novkovic recebeu o Golfinho de Prata para melhor realizador, com o filme “Mundo Branco”, da Sérvia.

Nebojsa Glovac e Florence Loiret Caille foram distinguidos como melhores ator e atriz pelas representações em “A mulher com o nariz partido” e “O pequeno quarto”, respetivamente.

O argumento de “A vida dos peixes”, a cargo de Julio Rojas e Matias Bize, uma coprodução Chile/França, e a fotografia de “Odisseia na Lapónia”, de Pini Hellstedt, filme finlandês, receberam também o Golfinho de Prata.

A presidente da Câmara Municipal de Setúbal entregou o galardão ao vencedor do Prémio do Público, o filme “Mamã Gógó”, de Fridrik Thor Fridriksson, da Islândia.

Outro momento especial nesta cerimónia foi a atribuição do Prémio Mário Ventura que, este ano, distinguiu Oliver Refson, pelo argumento de “O papel mais difícil”, película do Reino Unido.

Na categoria Primeiras Obras, “O abandonado” de Adis Bakrac, da Bósnia, foi o grande vencedor. O júri distinguiu ainda, com duas menções especiais, o filme “Preto e Branco”, de Ahmet Boyacioglu, da Turquia, e a atriz Magdalena Poplawska pelo desempenho em “Entre dois fogos”, filme polaco-francês.

“Severn, a voz das nossas crianças”, de Jean-Paul Jaud, França, venceu em “O Homem e a Natureza”, categoria em que se destacaram ainda os filmes “Princesa”, de Arto Halonen, Finlândia, e “Eu consigo”, de Susana Pilgrim, Alemanha/Itália.

O Prémio FIPRESCI foi atribuído a “Cabelo”, de Tayfun Pirselimoglu, da Turquia e Suécia, enquanto o Prémio SIGNIS coube ao filme suíço-luxemburguês “O pequeno quarto”, de Stéphanie Chuat e Véronique Reymond, que distinguiu ainda, com uma menção honrosa, a curta-metragem francesa “Ridículo”, de Audrey Najar e Fréderic Perrot.

“O Sussurro”, de Heidi Maria Faisst, da Dinamarca, conquistou o Prémio CICAE, na 27.ª edição do Festival Internacional de Cinema de Setúbal, que terminou a 12 de junho, após exibir, ao longo de dez dias, 180 filmes de cerca de 40 países.