Na região do delta do Sado encontra-se uma das três únicas comunidades sedentárias de golfinhos em toda a Europa. Com uma população de cerca de 30 roazes-corvineiro (Tursiops truncatus), a comunidade é avistada com frequência nas águas de Setúbal e Troia.

A área compreendida entre a Costa Atlântica (Galé e Arrábida) e o Estuário do Sado é habitada por uma das três únicas comunidades destes mamíferos residentes no espaço marítimo europeu.

Grupos de indivíduos gerem diariamente a maré favorável para se deslocarem até à área estuarina, dirigindo-se às zonas de esteiros e de sapais, na procura de alimento, principalmente de chocos, robalos e tainhas, num consumo que pode atingir até dez quilos por dia.

A designação “roaz” provém, supostamente, a partir do costume de roerem as malhas que os pescadores deitam ao mar.

O roaz-corvineiro apresenta, geralmente, um corpo longo e robusto, com um pequeno nariz pronunciado. A barbatana dorsal é triangular e não muito grande, sensivelmente com 35 centímetros de altura.

A cor cinzenta pode ser em tons mais claros ou mais escuros, com sombras esbatidas nas partes laterais, e a barriga é branca, verificando-se, por vezes, ser cor-de-rosa.

A dentição do roaz apresenta, em ambos os maxilares, entre 40 a 48 dentes cónicos e afiados. Os roazes-corvineiros adultos podem pesar 350 quilos e atingir quatro metros de comprimento.

Estima-se que vivem 50 anos ou mais, com as fêmeas a registarem uma longevidade maior do que os machos.

Centro Interpretativo

O Centro Interpretativo do Roaz do Estuário do Sado, localizado na Casa da Baía, foi criado com o objetivo de valorizar e difundir o conhecimento sobre a comunidade de golfinhos sadina.

Inaugurado no dia 5 de junho de 2018, numa cerimónia que contou com a presença do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, o projeto da Câmara Municipal de Setúbal recebeu os apoios do Ministério do Ambiente, do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e do Troia Natura.

Com uma forte componente de educação ambiental, o Centro Interpretativo é dedicado à única comunidade sedentária de golfinhos em Portugal e uma das únicas três com esta característica em toda a Europa.

O projeto resulta de um acordo firmado em novembro de 2017 entre a Câmara Municipal e o ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, que definiu os critérios de cogestão dos equipamentos de promoção turística ambiental existentes na Herdade da Mourisca e na Casa da Baía.

Espaço e Valências

Instalado na antiga Galeria de Exposições da Casa da Baía, a entrada é gratuita e está aberto ao público todos os dias, das 09h30 às 20h00.

O centro está concebido em formato de mostra permanente, com vários painéis e mesas interativas.

Alguns painéis apresentam informações de cariz científico e sobre a história natural da região, enquanto numa mesa central é apresentada a interpretação do território, destacando-se os espaços naturais mais relevantes, bem como algumas das espécies que se relacionam, direta ou indiretamente, com os roazes.

Contactos

Casa da Baía – Centro de Promoção Turística
Avenida Luísa Todi, n.º 468
Telf.: 265 545 010 | 915 174 442
turismo.setubal@mun-setubal.pt

Também estão disponíveis dois painéis multimédia interativos. Num deles são revelados os sons que se podem escutar no ambiente natural, como as vocalizações dos roazes, mas também de outras espécies que partilham o habitat, como peixes, aves marinhas e outros cetáceos que frequentam a zona envolvente ao estuário.

No outro painel o destaque incide unicamente no roaz-corvineiro, propondo-se uma visita guiada pelas paisagens frequentadas pela comunidade sadina, constituída por cerca de trinta indivíduos, nomeadamente entre o Estuário do Sado e a costa da Arrábida e de Troia.

O Centro Interpretativo do Roaz do Estuário do Sado inclui, ainda, o esqueleto de um roaz-corvineiro, exposto sobre uma mesa interativa composta por uma estrutura modelar, em formato de prismas, que revelam diferentes informações de caráter mais científico sobre o cetáceo.