Hospital de São Bernardo

A ministra da Saúde confirmou à presidente da Câmara Municipal de Setúbal que, tal como já acontece no Orçamento do Estado de 2020, a proposta de Orçamento para 2021 não terá inscrita a verba necessária para o lançamento do concurso público do projeto de ampliação do Hospital de S. Bernardo, o que significa que não será ainda no próximo ano que Setúbal terá um hospital mais qualificado.


A informação foi transmitida por Marta Temido a Maria das Dores Meira e ao vereador da Saúde, Ricardo Oliveira, em reunião realizada no Ministério da Saúde, no dia 9 de novembro, a pedido da autarquia, encontro em que participou ainda o secretário de Estado da Saúde, Diogo Serras Lopes.

Os responsáveis ministeriais, apesar de reconhecerem a importância desta obra, fazem depender o seu lançamento da criação de condições financeiras que possam resultar de um futuro processo de exploração turística do atual Hospital Ortopédico Santiago do Outão, no âmbito do Programa Revive. Tal ação será, contudo, de difícil concretização a curto prazo, como foi revelado por Marta Temido.

Em face da premência da ampliação do hospital de Setúbal, e para não deixar adiada a obra sem que haja qualquer data para a sua concretização, nomeadamente no que respeita à resolução do problema das condições em que funciona o Serviço de Urgência, a Câmara Municipal de Setúbal assumiu o compromisso de mobilizar a sua capacidade de atração de investimentos para o início do projeto e construção das novas Urgências.

A presidente da CMS informou que o município está disponível para considerar este empreendimento no quadro do projeto de requalificação e transformação da zona envolvente.

A Câmara Municipal comunicou, ainda, aos governantes que, no quadro do acordo de cooperação com a ARS-LVT, irá lançar, nos próximos dias, o concurso para a construção do Centro de Saúde de Azeitão, mesmo sem que esteja já garantido o financiamento da totalidade do projeto da responsabilidade do Poder Central.

Na reunião com Marta Temido foi reafirmado o acordo entre o município e este ministério para a construção de outros dois novos centros de saúde, um na Bela Vista, em substituição do que existe atualmente no Bairro de Santos Nicolau, e outro no Bairro do Liceu, ainda que não estejam previstas quaisquer verbas na proposta de Orçamento de Estado de 2021 para o lançamento destas obras.

A presidente da Câmara Municipal de Setúbal alertou a responsável ministerial para o facto de, uma vez que as localizações dos novos centros estão confirmadas graças à disponibilização de terrenos por parte do município, a construção destes novos centros de saúde ficar exclusivamente dependente do empenho do Governo em assumir o seu financiamento, nomeadamente através do Plano de Recuperação e Resiliência, que prevê cerca de 463 milhões de euros para o aumento das respostas da rede de Cuidados de Saúde Primários.

A autarquia setubalense considera que, em face dos quase 14 mil milhões de euros previstos no Plano de Recuperação e Resiliência, a resolução das graves carências do Serviço Nacional de Saúde no concelho de Setúbal e na região só se poderá concretizar em consequência da dimensão do empenho e vontade política do Governo.