Perto de duas centenas de pessoas marcaram presença nos três dias do “Lado B”, festival com música e cinema, assente na divulgação de projetos artísticos alternativos e de formato menos comercial, organizado pela Câmara Municipal de Setúbal e pela Associação Experimentáculo.

A música minimal doce e crua de Joana Guerra abriu o ciclo de concertos na primeira noite do festival, na Casa d’Avenida, seguindo-se um espetáculo com o duo António Eustáquio e Carlos Barretto, o primeiro com o inovador guitolão, o segundo com o clássico contrabaixo, num concerto que explorou sonoridades jazzísticas.

A primeira noite do “Lado B”, a que registou maior afluência de público, culminou com um concerto do quarteto Shampoo Planet, projeto musical dos setubalenses Carlos Curto, Pedro Jacques, João Hora e André Antunes, que explorou ritmos e sons num ambiente intimista e alternativo.

“É um festival diferente, com projetos musicais e cinematográficos alternativos e inovadores, concebidos um pouco à margem daquilo que normalmente é feito no circuito comercial”, destaca Pedro Soares, da Experimentáculo, para fazer um balanço positivo da segunda edição do “Lado B”.

A segunda noite do festival começou com um espetáculo a solo da artista Rita Cardoso. Depois, foi a vez de Jibóia, alter-ego de Óscar Silva, “deslizar” pelo palco da Casa d’Avenida e partilhar com o público uma experiência musical incomum e inovadora.

O evento, que levou o público “à descoberta” de novos conceitos musicais, sempre “num ambiente informal e de interação com os artistas”, sublinha Pedro Soares, culminou no dia 8 à tarde com a apresentação de Sign, projeto musical liderado por Carlos Curto.

O “Festival Lado B” também foi feito de cinema. Na dia 6, ao final da tarde, o street artist Banksy “passou” pela Casa da Cultura no documentário “Banksy, Pinta a Parede!”. Já no no dia 7, foi a vez de a fotógrafa Annie Leibovitz mostrar “A Vida Através de uma Lente”, num documentário exibido à tarde.

Também houve cinema no último dia do “Lado B”, primeiro com a exibição de curtas-metragens de Legendary Tigerman, alter-ego do músico Paulo Furtado, que marcou presença na apresentação da obra, seguido de debate. No dia 8 houve ainda uma sessão com o artista plástico António Galrinho, que falou do seu documentário “Curtas-Letragens”.

O experimentalismo marcou os compassos do “Festival Lado B”, numa simbiose entre registos sonoros diferentes e imagens e cinematografia alternativa, todos com a chancela da vanguarda e do incomum.